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Eu quero ser o Mefisto para te satanizar.
Quero beber o seu chorume para me santificar.
Eu quero ser o seu Verlaine a disparar
E vê-lo como Rimbaud aos poucos se fechar.
Eu quero ser o Bucowski para te marginalizar.
Quero ser a Julieta com o veneno a tomar.
Eu quero ser o Catulo para em obra te eternizar.
Quero como Polifemo em prados a chorar.
Eu quero como Castela o seu corpo velar.
Eu quero como Garcilaso em poemas te amar.
Quero ser o São Francisco de Borja a abandonar
Não assumindo a corte para se apaixonar.
Eu quero me dar um tiro na têmpora
Como Werther quando com Carlota
Em nenhum momento pensou em se casar.
Quero ser como Ana Karenina a abandonar
O próprio filho para um dia se matar.
Eu quero ser como Sandokan a lutar
Pela pérola de Labuan a se entregar.
Quero como Lancelot a se sacrificar
Traindo o seu mentor para se casar.
Quero como Robin Hood a raptar
Para um dia com Lady Marian copular.
Eu quero ser a Beatriz a resgatar
O Dante que no purgatório ia se esfacelar.
Eu quero como o Marco Antonio
Que por Cleópatra não quis mais governar.
Mas eu também quero como eu 

Em nome próprio poder te exaltar. 

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.