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Mostrando postagens de 2023
  Provoca o mar Ao se lançar Na inquietude Do resistir. Procura amar Na plenitude Da inconsistência Do conquistar. Povoa o caos Enquanto a calma Vem visitar Alguns instantes. Percebe então Que a solidão Pode ser abrigo Ao se ninar. Pensa no agora E se joga Nos abraços Do outrora.
Deixe-se, mar Aprofundar aqui Amar lá E agora. Deixe-se, flor Permita a pétala Propor O querer. Deixe-se, sol. O sal do gosto Do oposto Caos. Deixe-se, enfim. Em mim Seu corpo Cheiro de jasmim.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Nosso Sangrento Amor

  Eu faço seu ouvido sangrar Com as falácias profanadas Enquanto eu tenho o fálico Em vermelho no madrugar. Eu posto coisas em sua mente. Você diz que eu desvirtuo suas verdades. E eu respondo que deve ser por isso Que continua comigo. Mas no fim a gente ri, E aquilo que nos move É o sentimento que alimenta Mais um dia que promove. lsH
Os dias frenéticos me interrompem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
 Tudo Normal Tal e qual, até demais.  Teu sorriso amarelo A minha blusa preta O desgaste do pensar. Tal e qual, o sentimento As pessoas se doendo A raiva escorrendo E a vontade de amar. Tal e qual, o quê? Há tempos um buquê Não recebi, sabe você E o coração a coçar. Tal e qual, tudo normal Espero pelo dia Que talvez chegará Como um animal. Tal e qual, simplesmente total Aguardo um decreto E espero contente Aquele velho sentimental. lsH
 Será que agora a sorte virá Ou será que vira bosta Será que ela me quer? Será que um dia a tive? Será que será que será Será de ser algum dia Nem que a lua caia E provoque o caos. Será que vou beija-la Em um happy end? Sei lá, sorte de que tem. Só que depender só dela Não faz o meu tipo Apesar de que tê-la É uma tremenda vantagem. Mas sou virginiano, Um ser bem cético Sou tanto que nem No meu signo eu acredito. Isso me faz um contrassenso Um rapaz latino-americano Que acredita que vamos sorrir E para isso, sim, Precisamos de sorte E, acima de tudo, acima de todos, Mais que Deus: Dê consciência.  lsH
é que temos pra hoje, seja como for. das canções do exílio, meu exímio distorcido. do sofá a visão periférica e ao seu lado um sorriso e do outro, um largo ferido. das pessoas daqui um beijo, bem doce com o amor que precisamos, mas nem sempre é assim: criaturas são duras no interior.

A Besta

Você pode me dar Um minuto do Seu silêncio? São tantas besteiras Faladas por aí Que eu apenas Peço isso. Não precisa falar Sobre tudo Pode-se calar Para o nada. Você não é O que pensa ser, Você é besta Que se acha fera.
Ele estava lá enquanto os fogos anunciavam Sabe-se qual o motivo para o entusiasmo. Seus olhos refletiam a solidão da sala Enquanto brindes eram comemorados. Apesar de presente, a mente se encontrava ausente E em outro lugar seu pensamento voava. Não tinha casa alguma que gostaria de dormir A não ser aquela que bucólica imaginava. Vieram abraços que eram estranhos, mas não temia Haviam sorrisos que distraídos não o atraíam. Bebeu seu último gole de sidra azeda E abriu a porta para uma tentativa de fuga Queria o passado naquele momento Quando seus pais compravam pijamas E seus irmãos comemoravam o ato simples. Perdido ele atravessou a rua E na encruzilhada avistou a lua E como milagre algo rasgou o céu E sua falsa esperança desapareceu.  

Pele

Eu quero a sua pele exposta em mim, agora. Quero sentir o respiro de cada poro, como pequenas explosões de satisfação. Quero te fazer gozar com a precisão mais cirúrgica que o Pitangui já proporcionou. Quero retirar do seu hálito o gosto novo inventado na minha boca. Quero proporcionar o amor mais afoito nas horas mais improváveis. Quero arrebentar em decibéis o seu tímpano, com inúmeras frases que versarão sobre o sentimento maior: o amor. Quero te chatear e te cansar com as minhas asneiras e baboseiras a respeito do gostar. Quero te encher de guloseimas sentimentais e te abusar nas madrugadas de chuva. Quero embebedar o seu olhar com os gestos mais cafonas que o romance pode enobrecer. Quero viajar em seu corpo e utilizar a minha língua em cada dobra que eu encontrar. Quero me aperfeiçoar na melhor breguice que uma canção pode ocasionar. Quero me fortalecer na fúria de seus lábios enquanto o futuro aguarda o mais belo sorriso que nenhum dentista ousará interferir. Quero a sua biologi...
Um risco, um traço, um tempo. Aquela coisa, igual à canção. Um verso chupado e um coração afoito. Pense sem fim, pense sem começo, pense sem meio. Um disco, um som, um ouvido. Empreste-me. Deixe-me falar. Liturgia do pop, evangelho do rock, comunhão do jazz, catequese do blues. Amor.