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Sem título específico

EM MEU QUARTO eu guardo você em um porta retrato com antiga moldura. Você está sorrindo. Não lembro bem a data, mas fazia muito frio. Os meus lábios estavam rachados. Se não me engano ouvíamos U2 dividindo o fone de ouvido que eu comprei no Paraguai. Nós matávamos o tempo com doses paralizantes de puro ócio.
Você estava vestida com aquela jaqueta vermelha que eu não te dei. Eu estava com aquela touca preta roubada de um amigo em comum. Acabei furtando também a sua melhor companheira. Nós ríamos muito sobre essa situação. SIM!!! Era U2 mesmo!!!!!!! Aquela do Achtung Baby que fala de uma maneira única.
Agora é tão estranho vê-la em imagem, antes eu podia tocá-la. Puxa vida, quanta saudade. Mas a vida tem dessas coisas, como dizia o Ritchie, aquele que engoliu a menina veneno.
Deixo-te em meu quarto (ainda). Faz frio, como naquele dia, mas eu sei que protegida em uma casa de madeira você está. Saudosismo.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.