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Mostrando postagens de março, 2006

O casebre dos senhores ditames

Há fogo no céu. Milhares de bombas informativas explodem em questionamentos intermináveis. Algumas pessoas se julgam tão sagazes, mas não passam de joguetes praticáveis. Nem imaginam como chegaram a tal situação. As marionetes necessitam de indivíduos para ganharem vida. Então, do alto de suas sabedorias alcançadas através de conversas de terceiros, vomitam trabalhos formidáveis. Para ingênuos, diga-se de caminhada. Um alto grau conquistado por memorandos imaginários que os jornais não noticiaram. Podem ser gravações clandestinas. Quem sabe comprometimento de lealdade. Mera desculpa de subordinados que abrem as pernas para deixar entrar qualquer conversa bem pontuada. É assim que a comunicação vai virando profissão de risco. Prostíbulos são abertos todos os dias. Atrozes políticos têm o tino de cuspir com pontaria cirúrgica. Até os espertos se confundem em lábias agorafóbicas. O coro é descontente. Também é válido. A crueldade está no cênico: ciência do disfarce, primo-irmão do teatro ...

King of the road

Segue pela estrada. Sozinho. As únicas companhias são as estrelas e o rádio ligado em uma estação qualquer. O locutor parece estar travando um monólogo quando anuncia a próxima canção. "A love that will never grow old". O motorista sente uma fisgada no coração. A lágrima não demora e se joga do olho. Ele relembra o amor perdido. Continua em linha reta. Perde a direção. Estaciona o carro. Acende um cigarro. Um frio corta o lábio e ele imagina estar envolvido em braços que perdeu. Fica mais um pouco no conforto do inverno que deixou perder o coração. Não entende o por quê de certas coisas. Procura por explicações que não existem. Não compreende. Percebe que está rodando em círculos e sente os disabores do amor. Aumenta o volume do rádio e se deixa guiar pela música. Triste. Entra no carro. Volta a dirigir. A canção acaba. Inicia outra. Mais dolorosa, mais melancólica, mais claustrofóbica. Ele sente a falta, intensa, forte, cortante como o frio que faz na estrada. O inverno nunc...

O Bonde do Bom

Atravesse pela porta da frente, pois essa é a saída. Não quero mais mostrar os caminhos, eu não sou tão bom quanto dizem. A minha certeza é o incerto que eu sou. A característica mais forte do meu sentimento é feito de música alternativa. Não existe algo mais subjetivo do que isso. Portanto, não queira entender as minhas longas e vagas epopéias. Já não traço mais a torcida, cansei de bancar o querido. Os bons somente se fodem. O “x” da questão eu desmembrei, transformei em duas paralelas que espero não se encontrarem no infinito. Nem no particular, nem ao meu redor. A Marisa Monte ainda tem o que dizer. Se bem que ultimamente estou curtindo outros românticos. Nem vou citá-los para não cansar a paciência. Pois bem, inverto agora o que já fiz antes. Não esclareço mais a claridade que perdi na última fagulha que acertou o meu olho míope. Descrio a cria que embalei com lullabyes. Aproveito e pego carona na canção e tiro um ronco. Chega de bondade.

Uma frase para derrubar as outras

O amor é brega. Uma nojeira capaz de retardar o culto, distorcer a ópera, borrar a arte. É o sentimento mais xaroposo, gosmento e ridículo. Ele deixa a pessoa com sintomas infantilóides, fazendo qualquer um murmurar gracinhas que terminam em “inho”. Fofinho, bonitinho, abracinho, beijinho. Retrocessos diminutivos que deixam qualquer um nominado como imbecil. Ele é brega porque acaba transformando qualquer declaração em petardos românticos. O ser atingido pelo amor é capaz de soltar frases de impacto, como: você é o recheio do meu sonho. Pesaroso. O amor é meloso. Faz com que o humano ouça beleza em canções tão díspares quanto chatas. Uma nota qualquer acaba se tornando tema de novela da vida real. Engraçado como as pessoas se identificam com os casais dos folhetins. Os telespectadores se emocionam até com o Big Brother! Um beijo em horário nobre tem mais vazão em quem possui um coração para amar. Não está vendo? O amor é de uma breguice que somente o Odair José consegue cantar. Robert...

Rainhas do tempo da pedra

Poucas bandas me deixam com a real vontade de ficar batendo a cabeça e berrando escrotamente como o Queens of The Stone Age. O álbum Songs for The Deaf é um clássico do manjado stoner rock, termo quase feliz que certos críticos lembram quando se trata do grupo de Josh Homme. Aliás, guitarrista de conteúdo excelente que esbanja categoria em suas composições. Sem falar que a garganta calibrada com uísque e cigarro contribui no ápice vocal de petardos dilacerantes que são as suas músicas. No disco citado, há participações mais do especiais. Para falar a verdade, são contribuições sensacional que Mark Lannegan e Dave Grohl realizaram, verdadeira ajuda sônica que fez desse o melhor CD dos americanos. Songs for The Deaf contava ainda com o baixista chaparral Nick Oliveri, que tocou nu no palco do Rock In Rio, em 2001. Ele foi expulso da banda devido ao consumo exacerbado de ilícitos e demais guloseimas. A atitude de tirar sons graves de seu instrumento, poucos souberam fazer tão bem. Oliveri...