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O casebre dos senhores ditames

Há fogo no céu. Milhares de bombas informativas explodem em questionamentos intermináveis. Algumas pessoas se julgam tão sagazes, mas não passam de joguetes praticáveis. Nem imaginam como chegaram a tal situação. As marionetes necessitam de indivíduos para ganharem vida. Então, do alto de suas sabedorias alcançadas através de conversas de terceiros, vomitam trabalhos formidáveis. Para ingênuos, diga-se de caminhada. Um alto grau conquistado por memorandos imaginários que os jornais não noticiaram. Podem ser gravações clandestinas. Quem sabe comprometimento de lealdade. Mera desculpa de subordinados que abrem as pernas para deixar entrar qualquer conversa bem pontuada.
É assim que a comunicação vai virando profissão de risco. Prostíbulos são abertos todos os dias. Atrozes políticos têm o tino de cuspir com pontaria cirúrgica. Até os espertos se confundem em lábias agorafóbicas. O coro é descontente. Também é válido. A crueldade está no cênico: ciência do disfarce, primo-irmão do teatro e filho de fantoche. A encenação é conselho fundamental de Maquiavel. A cada quatro anos candidatos ao Oscar de Melhor Ator superam as expectativas e desenham discursos que são aprovados com gratidão. Não à toa, muitos enfrentam filas para votarem neles. Alguns suvenires são doados e ajudam na decisão. Vale tudo. Caneta, boné, camisetas, adesivos, chaveiros. Serve até fome zero.
Descabida situação decorada e iluminada com as quatro cores da bandeira brasileira. Aliás, é ano de Copa do Mundo. A febre do patriotismo contamina o coração. Assim se torna mais fácil indicar. Alguns se deixam fácil por um trocado de gratidão. Outros são mais ferrenhos e conspiram por veneno. Mas é quando o Galvão Bueno grita em anúncio televisivo um gol que o povo lembra da pátria. A comunicação se encaixa na vibração que gera a euforia. As pessoas que são joguetes acabam sendo esquecidas. O fluxo de moeda se torna lapso. A indicação vira fracasso. O berro é a resposta. O chute na rede é a razão. Neste momento, qualquer lágrima se transforma em um samba-canção.
E o casebre dos senhores ditames continua a pedir piedade por influência. O parasita comunicacional às vezes se mostra. Um outro alvo é alvejado. Provavelmente, é um inocente que não entendeu o cantar de Sérgio Sampaio e não botou o seu bloco na rua. Aliás, nem deve conhecê-lo, mas soube por um escape de falada de outros indivíduos e foi pesquisar no Google. E assim ficou por dentro. Hoje tira sarro no meio on-line, porém, não sabe ser sarcástico. Vota em quatro anos nos mesmos profissionais do jogo da comunicação viciada e comandada por assessores patentes. Ainda há fogo no céu.

Leonardo Handa – jornalista

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