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Falsa-idade


Extravasa, meu bem. Joga na cara, cospe no rosto a angústia sádica. Violenta o corpo frágil adquirido em outros verões. Crave no peito as palavras de ódio. Faça-o sangrar outras verdades. Chega de esconder a falsidade. Encare os olhos e fale a verdade, na cara, com vontade. Vaze os sentimentos repreendidos. Deixe escorrer o veneno sem vergonha que você camufla nos lábios não pintados. Mas, venha com sede, não se deixe arrepender.
Não tenha dó. Pode jogar cinza de cigarro nos meus olhos. Pode me queimar com a brasa, com o isqueiro, com o ódio. Deixe-me ao avesso. Rasgue a minha pele. E faça devagar, somente para sentir o prazer de torturar. Apenas não minta mais a respeito do desrespeito que você sente. Não preciso mais de tapinhas nas costas. Caso quiser, bata com um martelo. Eu já sei da inveja. Agora eu quero a violência.
Extravasa. Cospe. Violente. Crave. Sangre. Encare. Vaze. Sem dó. Jogue. Queime. Rasgue. Torture. Brinque comigo. Pode brincar, eu deixo. Porém, faça dessa sua falsa-idade uma verdade. Afinal, já somos adultos o suficiente. Chega de papos paralelos a respeito da minha pessoa. Venha e fale na cara. Mas, venha com vontade.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...