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Sobre o Nada

Vontade de falar sobre o nada.
Um copo vazio. Um espírito perdido. Um anjo caído. Um coração partido. Um outro ausente. Um beijo não dado. Um abraço embalado à vácuo. Um solitário não socorrido. Uma promessa não cumprida. Mais nada. Palavras soltas. Idéias vagas. Sílabas extraviadas. Frases sem nexo. Sexo sem mentira. Mentira sexual. Conclusões precipitadas. Um amor para toda a vida. Vontade de falar sobre o nada. Sobre o tudo. Novamente, contudo.

Citações baratas. Livros copiados. Discos roubados. Amores achados. Novamente. Ledo engano freudiano. Tanto quanto cuspido. Encontrado outra vez. Uma noite bacana. Uma bebida em um bar. Uma bebida exata. Um gole delicioso. Um olhar trocado. Carinho retratado. Você ali no canto. E um vagabundo cantarolando. A mesma coisa. Quanto tempo? Quatro anos? Como passou. Só não passou o sentimento. Bacana.

Canções relembradas. Composições dilaceradas. Encontros clandestinos. Asilo em seu peito. Delírios adolescentes. Risadas em instantes. Distância necessária. Vazio doentio. Azia sônica de um estômago sem música. Despedida torpe. Páginas de jornais. Pensamentos progressivos. Necessidade depressiva. Vontade de falar sobre o nada.

Estudos interrompidos. Lembranças da linha perfeita que cerca o mar. Passeio pela praia. Conversas descompromissadas. Sorriso nublado. Céu aberto. Solto na memória. Encontros e despedidas. Outra vez. Um copo vazio. Um corpo no quarto. Solamente em dó maior. Companhia de poemas. Solidez constrangida. Saciável impropério. Própria condição. Notícias de lá. Falas de cá. Um outro dizer. Distância necessária. Volta outra vez. Jogos de vídeo-game. Noites sujas. Falta de adjetivos. Inspiração não encontrada. Um soco no estômago. Amor imperfeito.

Vontade de falar. Sobre o nada.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.