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Mostrando postagens de novembro, 2017
Talvez eu precisasse de um beijo. Talvez não. Talvez seja carência. Ou seria abstinência? De repente eu precisasse de um apoio. Melhor seria um abrigo. Mas talvez um abraço fosse o suficiente, caso você não estivesse ausente. Talvez seja ironia do destino. Talvez não. Ou seria sagacidade do destino? De repente isso é para ser assim. Sei lá. Talvez eu quisesse o contrário. Talvez eu esteja sendo otário. Gostar assim é feio? Talvez não. Talvez sim. Talvez eu realmente precisass e de um beijo. Ou de sexo. Ou de um sexo. Ou dos dois. Três. Quatro. Cinco. Yeah! Yeah! Yeah! Talvez eu precisasse ser menos caótico. Eu deveria ser menos neurórico. Eu precisava ser. Apenas ser. Talvez seja isso. Ou talvez não. Talvez eu precisasse de um sinal. Um dizer. Uma frase. Um carinho. Talvez eu precisasse de um café. Ou de uma garrafa de Jack Daniels. Quem sabe, duas. Talvez eu precisasse de menos cigarros. Não, eu sempre preciso mais. De repente eu coma um chocolate. Ou uma caixa inteira. Talvez eu prec...
Os tempos atuais nos deixam desesperados. Somos capazes de sacrificar as horas por momentos completamente desnecessários. Estamos fadados a um consumismo hiperbólico de futilidades que nos preenche com falsas alegrias. Batalhamos em trabalhos que acreditamos ser corretos, mas que se disfarçam em alegorias gratuitas de motivos para pagarmos as contas no final do mês. E, no fim, descobrimos que o final do mês é como o final do mundo. Sobretudo para essa alcunha que f oi designada como Geração Y. Por que ela se perdeu no discurso e hoje se alimenta de rivotril, fluoxetina e ritalina? A tecnocracia, a burocracia e a busca desenfreada pelo melhor, quiçá, sejam as respostas. O fato é que a ansiedade e a depressão são amigas inseparáveis nessa mistura desenfreada que engrossa a sobrevivência. No entanto, sempre é preciso provar. Provar que somos o melhor filho, o melhor estudante, o melhor desenhista, o melhor namorado, o melhor marido, o melhor músico, o melhor sexo. Enfim, uma cansativa e d...
Grande Chico Perdi o sono. Ele estava comigo até agora pouco, mas fugiu de uma maneira que nem consegui acompanhá-lo. Aproveitei para fazer um dever de casa que estava atrasado há mais de um mês: ler a entrevista do Chico publicada na Rolling Stone. Para acompanhar a leitura, tirei da poeira alguns discos desse grande mestre e pus na vitrolinha. Confesso que me atrapalho um pouco quando leio ouvindo música, pois fico prestando atenção na melodia, não necessariamente na letr a, mas no jeito como ela é cantada. No momento em que o Chico estava falando de política, deixei a mente penetrar (ou seria o contrário) no cantar de "O Meu Amor", do disco "Chico Buarque", de 1978, interpretada por Marieta Severo e Elba Ramalho, originalmente feita para a peça "Ópera do Malandro". O diálogo entre as personagens Teresinha e Lúcia, sobre o mesmo homem, é engraçadíssimo. Ao menos interpreto dessa forma, apesar da traição não ser nada engraçada. Adoro a parte "O ...
Música de fossa, minha nossa. Sim, por que não? Pois sinto um frio em sua navalha palavreada. Um mandar de beijo em brejo, um tejo sem meio rio, meio inteiro, meio vazio, meio calafrio. E eu, ao contrário da melodia, quero gastar o meu batom, seja em boca inteira, no corpo todo, na sobrancelha repleta, no lábio fino, no rosto bom, na pele agora. Embora sem riso perceba outrora, aurora fluorescente emano do olho. Não importa se castanho é, pois o lado mais bonito de fato é ess e. O sorriso torto esboço enquanto a canção desliza em meu ouvido, como bailarino em crise de compasso fino, não importando se é tango argentino, tango paraguaio, uruguaio ou salafrário. Fecho os cílios e permaneço ao avesso, contemplando o desespero contido do momento, ao relento, junto ao vento, ao lado do tento e tentando o tentar. Enquanto isso, vou me perdendo e também me achando, analisando a vida sem esquecê-la a sua beleza que fode o coração. Portanto, fico aqui, com a minha nossa fossa, por que não?
Portanto, bom dia Seja você de família Ou não. Bom dia se tem filho E também àqueles  que optaram por não. Bom dia sobrinha, menino e tiozão. Bom dia ao avó E também àqueles que Jogam como pivôs. Bom dia guria, piá e abestado. Bom dia aos circuncidados E também aos capados. Bom dia à donzela virgem, Bom dia à você, seu viado. Bom dia senhor tarado. Bom dia criatura. Bom dia senhor Miyagi. Bom dia católicos, evangélicos e ateus. Bom dia croatas e judeus. Bom dia aos seus e aos meus.
Espelho Nesses olhos, vejo areias que fazem dunas de cansaço. A pele se encontra com a umidade do ar abaixo dos 13% E os lábios formam erosão profunda. Há ressecamento na testa. E, olhando perdidamente a seca, Um oásis se materializa nas têmporas. A escassez da água é semelhante ao confim nordestino, Tão igual quanto às represas paulistanas. Pedaços de epiderme caem sobre as sobrancelhas E os sinais da idade se destacam drasticamente.
Uma balada triste abala os olhos Que bailam Por águas afoitas. A letra torta Embora morta Reconquista o feito Do passado a limpo. Estou no meu lugar Que é cativo sempre Enquanto meu ventre É verso sem semente. O atroz canta Uma veloz frase Que aqui corta Um sorriso que aborta. O pedaço da metade Dos dedos sangrentos Agora transparece O que não esquece.
Aos litros Infinito verso Presente no instinto E bebido Com vinho tinto. Levante esse corpo Que quer rodopiar bonito Para se livrar aflito Como uma voz Que vomita um grito. Infinita frase Crie catarse Em olhos finos De pequenos mitos. Em prosa à prova Torne a palavra um rito Que em ritmo Seja bebido aos litros. lsH