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Música de fossa, minha nossa. Sim, por que não? Pois sinto um frio em sua navalha palavreada. Um mandar de beijo em brejo, um tejo sem meio rio, meio inteiro, meio vazio, meio calafrio. E eu, ao contrário da melodia, quero gastar o meu batom, seja em boca inteira, no corpo todo, na sobrancelha repleta, no lábio fino, no rosto bom, na pele agora. Embora sem riso perceba outrora, aurora fluorescente emano do olho. Não importa se castanho é, pois o lado mais bonito de fato é esse.
O sorriso torto esboço enquanto a canção desliza em meu ouvido, como bailarino em crise de compasso fino, não importando se é tango argentino, tango paraguaio, uruguaio ou salafrário. Fecho os cílios e permaneço ao avesso, contemplando o desespero contido do momento, ao relento, junto ao vento, ao lado do tento e tentando o tentar. Enquanto isso, vou me perdendo e também me achando, analisando a vida sem esquecê-la a sua beleza que fode o coração. Portanto, fico aqui, com a minha nossa fossa, por que não?

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.

Ah! Que pena Radiophonics

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