Nós clamamos por atenção. Às vezes somos tão individualistas que queremos ser o centro, assim como a Igreja recitava na época medieval que o Sol girava em torno da Terra. Galileu precisou se retratar. Com o tempo, nós, também nos retratamos, afinal, existem pessoas que giram ao nosso redor, ao invés de nós, girarmos ao redor deles. Mas quando percebemos, é tarde. Mesmo assim, mesmo com essa metáfora esclarecida até demais, queremos a atenção, seja em forma de carinho, afeto, abraço, dizeres, fraternidade e, acima de tudo, amor. Pena que não valorizamos. Pena que os outros não valorizam. Pena que não nos entregamos. Pena que só vemos quando se apaga. Pena que não giramos mutuamente, para assim, a forma ser completa como um círculo deve ser, como uma rota deve ser, como uma órbita exata para se findar, repleta de começos, recomeços e afins.
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não. Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.