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Salgado em uma poesia praiana, curtindo Acabou Chorare, imaginando um ano paralelo de encontro e satisfação com aquele frescor litorâneo. Sigo pelo caminho ainda projetado por sonhos não terminados. O sol, ao banhar o meu rosto, aquece os planos possíveis. Confesso que o meu lado niilista continua aniquilando as pré-determinações que rabiscamos naquele papel de guardanapo. O amarelo cobre hoje as frases tortas escritas com caneta Bic. Tudo mudou.
Volto ao trajeto das trilhas cobertas pelas folhas de outono, estação de aniversário e lembranças de puras sumidades. Eu queria sentir novamente aquele calor de seus braços e o toque moreno de sua pele. Um dia, como você falou, a volta trará a argúcia das tardes vadias na rede, no balanço da maré, nos passos calmos marcados na areia. Espero que o meu processo estilo A Concepção não se faça presente, afinal, a sua presença preenche os sete buracos da minha cabeça. Caetano sempre me deu razão. E vazão.
Destilo dos meus poros outra letra de maresia, mesmo com influências nada costeiras. Pego o violão para transformá-la em canção. Então, após um início, eu canso e durmo, somente para te encontrar.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...