Na esquina, a mãe procura pelo alimento. A criança, em casa, chora. No bar, o guri gasta o seu dinheiro de estagiário. O dono, comemora. Na velha vitrola toca Elvis. O velho, rebola. Na sala de jantar o casal delicia um arroz à grega. A mulher, sorri. No termômetro a temperatura marca 6,5. O menino, pensa: amanhã, nada de aula. No céu a lua encoberta pelas nuvens de chuva. O solo com grãos novos agradece. Na rua um garoto tenta a vida. O homem casado, que topou o programa, se lambuza. No livro um verso de amor emociona a dona de casa. Ela chora. Na varanda as gurias se beijam. Uma delas, no entanto, quer terminar. E, enquanto isso, eu aqui no meu quarto, penso no seu abraço.
Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.