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Sem título específico

A alta madrugada consome, mesmo com o sono presente que não quer descansar. O isolamento do pensamento não adianta, porque a insônia devora os espaços ainda funcionais do cérebro. Trata-se da falta do descanso, mas o corpo ainda frenético não quer. Por pura teimosia atiça as outras partes, convidando para uma dança solitária. E as horas passam.
Os olhos se fecham e o movimento da luz corrompe a córnea ferida a golpes de sílabas tônicas, acompanhadas de ritmo eletrônico que penetram o tímpano desprotegido. A fumaça do cigarro adentra a garganta sem pedir licença alguma e atinge o pulmão já destroçado. A bebida também se faz presente enquanto os segundos vão devorando a noite. Os seres noturnos sofrem de distúrbios.
A tríade sexo, drogas e rock'n roll bate estaca nos neurônios bêbados da cabeça desvairada. Mas, o que ele sente é outra coisa. Mais uma noite mal dormida. Canta um mantra sem sentido específico e engole um cumprimento engasgado. Volta para casa tropeçando na saudade e relembra o amor diluído. E, novamente, se deita na cama vazia e abraça a insônia com vontade. É por culpa do sentimento que ele não dorme.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.