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Bilhete a uma amiga

Tudo bem Sonara, como estão as coisas? Eu continuo aqui com o meu boné, que você tanto abobinava. Depois de passada todas as etapas, as apresentações de monografia e projetos, sinto-me mais leve, um sentimento sem culpa de ter realizado um trabalho interessante nesses quatro anos de labuta e dedicação. Foram tantas coisas acontecidas e outras que espero veemente que aconteçam. Não foi um ano fácil, há de concordar. Mas, de qualquer forma, não posso dizer que foi ruim, afinal, "a vida tem sido generosa comigo". O que mais sinto é estar distante de duas pessoas que tanta falta fazem: você e a Aleta. Às vezes estou em casa sozinho e no final de semana não tenho mais a escapatória de invadir o recinto de vocês, já que longe agora se encontram. Minha consolação é colocar no som o álbum Eco do Jorge Drexler, acender um cigarro e ficar curtindo solitariamente um café frio, diga-se de passagem. É nesse momento que relembro quando ia na casa de vocês e ficava jogando conversa fora, não no lixo metafórico e, sim, na massa encefálica mais feliz. Momentos simples, eficazes, gostosos e eternos, registrados carinhosamente pelos olhos nipônicos que a genética me deu. "Todo se transforma", já cantou o uruguaio que amamos. Aproveitando o momento citação, destaco Alvin L: "A vida pede provas e quem ama dá". Não pude oferecer todas as provas, mas saliento que o amor amigo ainda existe e existirá, para sempre, sobretudo. Um dia ainda nos veremos e as risadas também estarão presentes. E eu continuarei com o mesmo boné.

Obrigado por tudo.

Beijos e abraços

Léo

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

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Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.