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Se entrar, eu saio.

Se entrar na minha vida, eu saio. Não faça mais desafios. Eu não os alcanço. As dúvidas já foram jogadas, agora dou a descarga. O calafrio não mais espero. Eu quero a tranqüilidade. Tento esquecer o meu lado bandido, mas sempre tenho um pouco de sangue em meus punhos. Apago aos poucos o meu passado sofrido, porém, sempre apago pouco. A memória vai ficando cheia, repleta, completa de desatinos. Não esqueço o que eu queria, pois o meu querer é possessivo. Mesmo assim, caso entrar na minha vida, eu encho a boca e digo que eu saio.
Não quero mais guardar lembranças. Está na hora de viver audácias, presente, futuro. Quem gosta do passado são os museus. Ainda existe espaço para recomeçar, confesso, apenas cante em meu ouvido uma canção da Tori Amos que eu me entrego. Infelizmente, sou fácil. E ambíguo.
Caso preferir me chamar de cretino, sem problemas, carrego sempre a cretinice em meu bolso. Apenas um charme de gratidão. Se não gostar mais dos meus beijos, existem outros por aí, espalhados em doses de alcatrão. Se confundir os outros lábios com os meus, eu entendo, afinal, é uma questão de tesão. Agora, se passar por isso e ainda quiser arrombar o meu coração, traga uma chave-inglesa e um punhado de canções. Nada é nunca e nunca é nada. Nunca diga nunca.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.