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Se entrar, eu saio.

Se entrar na minha vida, eu saio. Não faça mais desafios. Eu não os alcanço. As dúvidas já foram jogadas, agora dou a descarga. O calafrio não mais espero. Eu quero a tranqüilidade. Tento esquecer o meu lado bandido, mas sempre tenho um pouco de sangue em meus punhos. Apago aos poucos o meu passado sofrido, porém, sempre apago pouco. A memória vai ficando cheia, repleta, completa de desatinos. Não esqueço o que eu queria, pois o meu querer é possessivo. Mesmo assim, caso entrar na minha vida, eu encho a boca e digo que eu saio.
Não quero mais guardar lembranças. Está na hora de viver audácias, presente, futuro. Quem gosta do passado são os museus. Ainda existe espaço para recomeçar, confesso, apenas cante em meu ouvido uma canção da Tori Amos que eu me entrego. Infelizmente, sou fácil. E ambíguo.
Caso preferir me chamar de cretino, sem problemas, carrego sempre a cretinice em meu bolso. Apenas um charme de gratidão. Se não gostar mais dos meus beijos, existem outros por aí, espalhados em doses de alcatrão. Se confundir os outros lábios com os meus, eu entendo, afinal, é uma questão de tesão. Agora, se passar por isso e ainda quiser arrombar o meu coração, traga uma chave-inglesa e um punhado de canções. Nada é nunca e nunca é nada. Nunca diga nunca.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.