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Os Grãos - Paralamas do Sucesso


Em uma época distante, os Paralamas do Sucesso lançaram um álbum que, pelo menos para mim, é uma pérola. Chamado "Os Grãos", o disco não recebeu a devida a atenção por parte do público. Até mesmo porque, as pessoas daquele tempo estavam começando a preferir a invasão das duplas sertanejas a que gastar o seu dinheiro com as bandas oitentistas. De qualquer forma, dois hits tocaram bastante nas rádios, "Sábado" e "Tendo a Lua". A segunda, uma das melhores baladas compostas por Herbert Vianna.
"Tendo a Lua" possui uma letra simples, mas que se difere das outras composições de Vianna. Acredito que depois desse álbum, o principal compositor dos Paralamas começou a ter mais cuidado nas letras. As rimas por vezes pomposas demais deram espaço a frases mais elaboradas.
"Os Grãos" é um disco que mostra os três Paralamas no natural processo de amadurecimento. A partir do álbum, o grupo passou a namorar com os argentinos, tendo até uma participação especial do jucundo Fito Paez na versão brasileira de "Trac Trac", composta pelo argentino. Fito participa dos teclados e vocais da canção, que conta ainda com a presença vocal de Fernanda Abreu, ainda esboçando a carreira solo.

1991. Ano de lançamento. Início de um período complicado aos artistas que faziam rock, sensação da década passada. Entretanto, muitos não perderam o brilho e o tino nas composições. A Legião Urbana estava com tudo. Continuava vendendo os seus milhões. O Barão estava se reestruturando após o falecimento do Cazuza, por mais que este já não fizesse parte da banda. Os Titãs se reinventaram, jogando a música pop para o esgoto e preferindo o som mais pesado. Uma grande época para eles, apesar do pouco público. O Kid Abelha continuava lá, no chove não molha. As outras estavam por aí, procurando o sol. E os Paralamas mantinham-se vivos, assim como os vários: "as várias variáveis", como escreveu Gessinger. Sobretudo após "Os Grãos", musicalmente, o grupo melhorou consideravelmente. Muitos acham "Selvagem?" o acabar de uma época. Opto por "Os Grãos". E desconserto, afinal, gosto se discute sim. Ainda bem.

PS: Esse álbum é ótimo para ser ouvido no verão.

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Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.