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Um personagem. É sobre um personagem. Nada mais.

Lembro da última vez. Recente. A garoa molhando a sua tez. Os meus lábios querendo perseguir as gotas. O sorriso aberto na noite. A vontade doida de acariciar os seus. Imaginei você nas minhas. Triste pensar apenas.
Sinto a falta que ainda não fiz. O traço que nem desenhei, nem alcancei, nem comecei. Sinto tanto não ter tentado. Foi com um plano mal concretizado, através de linhas retas que procurei escrever torto. De tão torto me perdi, apesar de acreditar na beleza da imperfeição. Abri o peito na hora errada. Passei do ponto, acertei um tonto. Refiz dizeres, cuspi desejos, comi poeira. De todas as canções compostas a você, nenhuma valeu a pena, pois ainda não toquei na carne para que a inspiração fosse completa. É uma pena. Não as músicas compostas, mas a falta do deu toque.
Sinto-lhe perto, quando distante me encontro, seja através dos lugares que me lembram você, dos livros que lemos, das idéias que trocamos, do céu nublado que me atinge. Sinto o seu abraço nos momentos menos propícios. Todos na rua me lembram você, mas somente a sua presença não se encontra.
Deixo-te um beijo, um xis, um quase-caso, um atraso e um cisco no olho direito, somente para você lembrar do meu incomôdo. Faço-te feliz caso quiseres, mesmo que o mundo impeça o tudo que conflita na ação de um encontro de meteoros. Quero-te sempre com os olhares tristes, alegres, contentes e felizes que satisfazem, afinal, vivemos em um mundo tão complicado. De tudo, o meu ódio, por não ter tentado tanto. E agora, a garoa ainda molha a sua tez, na minha memória mais feliz.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.