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Dica: Portishead



Se não me engano já comentei sobre a banda Portishead em algum post passado deste blog. Mas sempre é bom relembrar quando o produto é bom, beirando ao sensacional. A banda, vinda da Inglaterra, criou um dos gêneros musicais mais intrigantes da década de 90 junto ao grunge de Seattle, Estados Unidos. Estou falando do trip hop que também teve como expoente o grupo Massive Attack.
Carregadas de sentimentalismos, as letras e as nuances vocais de Beth Gibbons são de arrepiar os pêlos púbicos. As melodias com as combinações eletrônicas das músicas descem macia através do tímpano. Algumas chegam a causar um estado de êxtase no indivíduo. As canções são perfeitas para um bom amor (leia-se transa) lento, detalhoso, sinfônico e orgástico.
O primeiro disco da banda, Dummy, continua até hoje sendo um clássico do gênero e nunca foi superado, nem pelo próprio grupo. Os outros trabalhos também merecem todos os adjetivos, porém, foi no debut em que o Portishead conseguiu a sintonia perfeita. Cada detalhe, cada acorde, cada nota do Hammond e cada interferência eletrônica são casadas perfeitamente, levando o ouvinte à estratosfera do sentimento-flor-da-pele.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.