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Dica: Into The Wild

Liberdade acima de tudo. Ignorar as ordens capitalistas das coisas. Seguir um rumo não traçado previamente. Encontrar pessoas legais pelo caminho. Respirar as possibilidades impossíveis de se conseguir com emprego, casa e família. Curtir cada momento como se fosse o último.
Estas frases e muitas outras fizeram parte da vida de Christopher J. McCandless, um garoto de 20 anos que abandonou a sociedade tradicional e foi caminhar pelo mundo americano. Já ouvimos muitas histórias parecidas com a dele. Algumas lindas, outras trágicas. Tudo culpa do Kerouac. O relato de McCandless, no caso, não é tão feliz. Depois de várias aventuras - quase todas, sozinho - ele morre de fome no Alasca.
O trajeto de peregrino que ele seguiu por dois anos serviu de inspiração para o escritor John Krakauer transpor a história do rapaz em um livro. A obra, por sua vez, levou o ator Sean Penn a se arriscar novamente atrás das câmeras, dirigindo assim o filme Into The Wild (sem previsão de lançamento no Brasil e sem título em português).
Sean Penn realizou um road-movie sem muitas novidades se comparado com o gênero de outros clássicos. Mas, quem possui ao menos o espírito de liberdade, se identificará com o personagem e talvez até se arrisque em uma empreitada semelhante. Afinal, inspirações surgem a cada dia, em qualquer momento, muitas vezes sem aviso prévio. E foi seguindo essa idéia que o ponta-de-lança do Pearl Jam, Eddie Vedder, compos a trilha sonora do longa-metragem, convidado pessoalmente pelo diretor.
Vedder - assim como o personagem da história - realizou e gravou as músicas praticamente sozinho, tocando, aliás, vários instrumentos. Muitos temas registrados possuem apenas voz e violão, relembrando um pouco o trabalho que ele fez no filme Uma Lição de Amor, quando regravou uma canção dos Beatles, You’ve got to hide your love away. Coincidência ou não, o protagonista do longa em questão era Sean Penn.
O vocalista do Pearl Jam sempre expressou entre letras e atitudes a sua opinião a respeito dos padrões pré-estabelecidos por uma sociedade que sofre de valores concebidos em um passado que precisa ser revisto. Com certeza esse espírito o ajudou e muito nas composições de Into The Wild, mas não na sonoridade, e sim, nos ideiais.
Em nenhum momento o interessado encontrará nas canções um Vedder-Pearl Jam. Esqueça os urros. Na trilha sonora, o cantor privilegiou as melodias ao invés da porrada, seguindo por um caminho country-folk e remetendo ao Neil Young pós-Harvest Moon. Ótimo para os momentos de solidão, na beira da estrada com o sol se despedindo e uma mochila nas costas: um dos vários símbolos de liberdade.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.