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Prefácio

Acredita no destino
Das insanas impurezas
Que o tempo apresentará
A beleza da tristeza.

Não se culpe pelo acontecido
O temido ainda há de ocorrer
Agora que percorre pelo sangue
O assassino de poetas.

Um escuro ver estará
No primeiro momento de apagar
As iniciais depressões
Desse outro viver.

Um laço ficará representando
Sempre a lembrança do fato,
Mas é uma vez por ano
Não é mais prefácio.

Leonardo Handa

PS: O bacana de ler um escrito é fazer as suas próprias interpretações, livres de opiniões de terceiros. Mas às vezes é interessante observar apontamentos de outros, nem que sejam do autor, sobre determinado texto.
Existem algumas letras - no caso, estou falando de música - que possuem tamanha simplicidade na estrutura textual que de fato escondem o real sentido. Um exemplo são as composições do Los Hermanos. Na canção "Do Sétimo Andar", do álbum Ventura, Rodrigo Amarante traça a angustiante observação de uma mãe que vê o seu filho virar um mendigo. As informações não estão implícitas, mas estão lá. Basta um pouquinho de observação que se percebe. "Prefácio" segue no mesmo estilo, porém, o assunto é a Aids.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

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Oportuno

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