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Via expressa dos sentimentos mal vividos, com direito a trilha sonora de cotovelos já esfolados. Não alcança as possibilidades da depressão, já que o fundo do poço foi explorado. Intermináveis frases de boteco na cabeça que solicita a paz sangrenta, aquela em que a conquista vem acompanhada de resquícios de dor. O desinteresse é afoito. Não aceita mais os desafios, desintegra a conseqüência e disfarça o sorriso existente.

Mas ainda acredita naquele sol escondido entre as canções de salvação, nas letras dos heróis que se libertaram em overdose de paixão. Alguém certa vez escreveu que a morte é uma arte. Eles faleceram com razão, emoção e no momento certo. Teve um outro que disse que o rock acabou. Apenas mudou de endereço. Se antes era encontrado em lojas, agora está nos blogspots diários. Não era bem isso que pensava enquanto caminhava pela via expressa. Apenas serve de consolo.

Havia um tempo em que as frases eram mais azuis. Hoje são rabiscadas sem inspiração. A ode ao passado é referência e a carência é mais uma ferramenta inventada pela industria cultural. Já o ódio quem inventou foi a Bíblia.

Continua a percorrer o castelo do destino cruzado. Entre um gole e outro se imagina em um paraíso de fontes de álcool, montes de fumaça e estátuas de cereja urinando martini. O doce amar é acelerado no azedo corte dos sonhos sem significados. Freud seria uma farsa e Jung seria ilusão. Um mundo sem os deletérios da explicação. Não existiria a perfeição e a clemência por atenção se definiria em migalhas de alcatrão. Como nada é agrado, então fica o atestado. Enquanto segue o giro, o aflito, o grito, o beijo é tosco e modorrento.

Acorda do sonho. Uma insuportável dor de cabeça é a companheira presente, sem a calcinha, as demências, a saia jeans e o batom vermelho 14. Não encontro nada além que um paracetamol na gaveta. A verdade seja dita, a vontade era de encontrar um ácido, mas o hábito trocado agora exige outras formas de diluir a dor. Uma receita médica preescreveu descanço, contudo, preferiu a ausência.

Hoje está há dois meses escrevendo versos vagos, sentimentos distantes e pensando no fruto moreno perdido e reconquistado. Não pretende perder outra vez. Por isso agora procura a via expressa dos sentimentos mal vividos, pois pretende não mais passar.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.