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José Dirceu estava errado

Vivemos em uma época de urgência. Já sabemos o sabor antes de experimentar e criticamos antes de analisar. Estamos perdidos na depressão da falta de tempo, uma doenças sem receita para adquirir. Poucos ainda conhecem o prazer da observação: da frase inspiradora ao solo de piano.

Os românticos, de fato, encontraram o vaso sanitário e desceram até o esgoto da conformidade. Nossos acadêmicos não têm mais ideais. A própria faculdade está moldando mentes com atitudes de butique e conceitos pré-fabricados e viciados. Os velhos mestres morreram em suas próprias sombras. Os conselhos são verdadeiros tratados que enaltecem o poder capital. Os sentimentos são instantâneos. Nossos jovens desconhecem Jean-Luc Godard, não transam Caetano fase 1960-1970 e nem sabem da Brigidet Bardot.

Como cobrar de uma classe se nem mesmo os docentes têm referências. Nossos professores se encontram em um estado de inércia que chega a arder os olhos em desânimo. Onde estão os agentes do ensino-aprendizagem de verdade? Talvez tenham morrido durante a Ditadura.

Passamos dias tão tristes. Se a alienação presente for fruto do passado, isso comprova que, realmente, José Dirceu estava errado. Que futuro viveremos? Complicado.

A administração só reduz os nosso sonhos, poda sem piedade as garantias prometidas na graduação. Não tomamos nenhum cuidado com as mentiras, todas soltas como pássaros livres de razão. As promessas não são cumpridas pelos velhos coronéis. O período de aprendizagem se torna um mercado livre, um comércio de cursos que as instituições confessam terem fins lucrativos. Mas, de quem é a culpa? De todos. É falta de leitura, é falta de vontade. É falta pela busca de coisas novas, de referências que auxiliem, mesmo que a utopia esteja presente em certos artigos. Só não deixem os conteúdos românticos do passado inundarem com covardia a batalha que foi travada na Ditadura Militar. Não permitam que a poesia continue sozinha acumulando a poeira que esconde a beleza do viver.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.