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Quero mais rápido do que preparar um Nissin Miojo

Eu quero a urgência de uma das canções do Doolittle. Qualquer uma do álbum. The Pixies sempre me trouxe alívio. Eu quero ser afoito neste momento de armageddon. Quero explodir em um momento único. Quero o imediato. Quero mais rápido do que preparar um Nissin Miojo. Quero cru, quero vivo, quero só. Eu quero o artificial dos lábios da Pamela Anderson, quero as almofadas de falar da Angelina Jolie. Quero dormir com você e acordar com a Cat Power. Eu quero um grito no vácuo. Eu quero um surdo no berro. Eu quero a alma em migalhas. Eu quero o coração do pássaro mais raro, do felino mais extinto, da pedra preciosa não descoberta. Eu quero a sua melhor canção não composta. Eu quero a calma em raiva. Eu quero um beijo roubado. Eu quero um acorde quebrado. "O mundo é pequeno pra caramba, tem alemão, italiano, italiana... O mundo é uma salada russa, tem nego da Pérsia, tem nego da Prussia". Eu quero o desespero. Tudo bem, eu não espero, por isso quero agora, quero embora, quero porém, quero contudo, quero senão. Quero todos os poréns, as todavias. Eu quero o plural e o singular. Eu quero presença, eu quero a tua no meu, a minha no teu. Eu quero o arrependimento, o alimento, o sortimento, o fomento. Eu quero outra vez compor um poema igual ao já musicado. Não se lembra, então, eu relembro:
"Carregue daqui os meus sonhos, leve-me junto também/ Disarme os meus planos, leve-me muito mais além/ Desfaça o que eu fiz, eu ando na beira por um triz/ Coloco em risco a vida, mas quero me ver feliz/ Por isso, me tire daqui/ Faça Por isso, me tire daqui/ Cole a minha foto em sua lembrança/ Rasgue o pessimismo que eu fiz/ Só não me deixe mais aqui/ Faça-me, quando preciso/ Mas deixe-me cair na vodca como alívio./ Você sabe que eu complico/ Mesmo assim eu suplico/ Eu sei que tenho chance/ Pois você está ao meu alcance/ Ajuda-me a descolar o sofrimento/ Traga novamente o sortimento/ Tudo isso eu quero, porque eu te amo/ Exalo fumaça quando eu te vejo/ Traga os meus pensamentos até você./ E quando eu choro é porque eu sofro/ Reconstrua o meu desejo/ E desfaça o meu sorriso".
Eu quero a urgência do desespero...
Citação: "O Mundo" - Paulinho Moska

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Fim

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Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...