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Mostrando postagens de agosto, 2009
Daquilo que chamam amor, a lágrima mata a nobre lembrança: a esperança melhor. Mas, a falta de compreensão no cotidiano interferiu no entrelaçar das mãos. O anel no dedo somente atrapalhou. Difícil se acostumar com o adorno anunciante de uma fase que deveria ser estável. Não foi. Das poesias fizemos lixo e das músicas fizemos sertanejo. Desenvolvemos preconceito e qualquer ruído virava tragédia. - O que há conosco? - Há o fim. - Espero que não.

Um ode ao Adeus

Como será? Não sei. Apenas conto com os bons ventos para que a direção não esteja totalmente perdida. Afinal, lutei ao máximo a fim de contribuir na conquista de dias melhores. Eu sei que ficou enfadonho o sentido, mas a face exposta comprova exatamente isso. Se um total reconhecimento não encontrado foi, desculpas pela falta de percepção apurada. Tratei de sangrar um pouco para marcar, no entanto, perdi mais do que o necessário, se é que necessidade cabe outro tanto. Eu sei que vazei como pude, amando e armando ferramentas possíveis na continuação. Espero não ter errado e agora continuo a sobrevivência, seja com doses de tontura ou homeopatia Omar Cardoso. Aspiro e expiro, fosse cigarro fumado até o filtro, fosse letras redigidas até o final. Fosse anos dedicados às linhas, fosse impressos divulgados em títulos. Fosse momentos conquistados antes, fosse satisfação esperada ontem. Fosse recessos e folgas planejadas, fosse ofício adorado aos montes. Fosse sal em certos dias, fosse sol em...

Oculto

Trato ao contrário Para fingir o certo Que omito E destranco em sorrisos Ensaiados que fojem Dos meus lábios. É cediço, mas ignoro Frêmito a negação Em meu coração Mesmo batendo oco Um desejo verdadeiro. Grimpo por delgados deletérios E faço de suas páginas Dobraduras que perduram Em minha memória salutar. Não é salobro O meu sentimento Prefiro não deixar por aí, Espalhado em ares Que não posso respirar. Leonardo Handa

Narcisando

Cega a Luz Do isqueiro No apagado Quarto isolado Na memória Solitária. Escorre tinta Do olho aberto Que enxerga O rachado teto Aos poucos Que cai. Esporra com pó O rosto áspero Que espera Um beijo Mas o amor Está morto E jogado Em um canto torto. Desenha uma fuga Pelo espelho E se perde Na vaidade Que esconde Em seu quarto. O seu medo É a beleza Que de tristeza Se torna bela. Leonardo Handa

Desqualificado Amor de Comercial

Desqualificado amor de comercial de jeans, De comédia romântica trágica, De refrigerante sem gás. Romance adolescente de anúncio de shopping Comprado em grife americana Elevado ao último grau de consumo Que uma revista pode vender. Amor de embalagem colorida artificialmente Tendo como acompanhamento Uma canção de plástico reciclável Gritada por um jovem com o cabelo Cuidadosamente desarrumado. Início de namoro fast-food consequente Mascado como chiclete Adam's Comprado na entrada do cinema E jogado na lixeira do McDonald's. Amor de consumo involuntário Vendido em promoção de supermercado Ilustrado com letras garrafais E pendurado na vitrine das vaidades. Romance pop de butique Que derrete como picolé Kibon Em alguma loja moda-jovem De roupas com etiquetas caras Que aceita cartões de crédito Facilmente encontrados Em postos de combustíveis Com lojas de conveniência. Leonardo Handa