Cega a Luz
Do isqueiro
No apagado
Quarto isolado
Na memória
Solitária.
Escorre tinta
Do olho aberto
Que enxerga
O rachado teto
Aos poucos
Que cai.
Esporra com pó
O rosto áspero
Que espera
Um beijo
Mas o amor
Está morto
E jogado
Em um canto torto.
Desenha uma fuga
Pelo espelho
E se perde
Na vaidade
Que esconde
Em seu quarto.
O seu medo
É a beleza
Que de tristeza
Se torna bela.
Leonardo Handa