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Desqualificado Amor de Comercial


Desqualificado amor de comercial de jeans,
De comédia romântica trágica,
De refrigerante sem gás.
Romance adolescente de anúncio de shopping
Comprado em grife americana
Elevado ao último grau de consumo
Que uma revista pode vender.

Amor de embalagem colorida artificialmente
Tendo como acompanhamento
Uma canção de plástico reciclável
Gritada por um jovem com o cabelo
Cuidadosamente desarrumado.

Início de namoro fast-food consequente
Mascado como chiclete Adam's
Comprado na entrada do cinema
E jogado na lixeira do McDonald's.

Amor de consumo involuntário
Vendido em promoção de supermercado
Ilustrado com letras garrafais
E pendurado na vitrine das vaidades.

Romance pop de butique
Que derrete como picolé Kibon
Em alguma loja moda-jovem
De roupas com etiquetas caras
Que aceita cartões de crédito
Facilmente encontrados
Em postos de combustíveis
Com lojas de conveniência.

Leonardo Handa

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.