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Senhor do céu, como é difícil! Quero deixar bem claro que sou bem grato com a minha vida. Agradeço por ter todos os dedos, os membros perfeitos e poder caminhar. Agradeço por ter um teto, comida na mesa, uma família maravilhosa e conseguir sanar as necessidades básicas que regem essa orquestra que chamamos vida. Mas, como é complicado agradar, não? Principalmente os amigos e as suas conversas paralelas via MSN ou seja lá que artifício internético. Muitas vezes eu não ligo, estou cagando para os comentários, sobretudo os maldosos. No entanto, quando começa a envolver os sentimentos, aí cansa. E é nesse estado absoluto que estou: cansado. Alguns dizem que andam me chamando de fofoqueiro, de duvidando das minhas atitudes, de ignorando a minha sanidade mental que, confesso, quase foi para o brejo; uns querem mais atenção, outros suplicam em ruídos comunicacionais verdades de carência... No fim das contas, acho que querem é acabar comigo. Dou-lhe razão Roberto, quando se é muito querido o tiro de merda é mais fedorento.
Não se trata de uma questão de querer agradar a todos, já é difícil agradar um, imagina uma manada. Às vezes tenho a vontade de perder a razão de vez, apagar a memória, pirar no sentido literal e ser internado, sem memória, sem lembrança nenhuma das idiotices que tenho que aguentar, no mínimo, 10 dias por mês. Querem abrir os meus olhos? Pois bem, estão abertos então. Contudo, no fundo, aquela vontade de sumir, de se desintegrar é muito frequente. Por que tem que ser assim, né? Viver é tão mais fácil do que se pensa. Poucos deram razão aos hippies e eles estavam certos. Absolutamente certos. Vem o ego, a razão, a definição do certo e do errado e caga tudo. Destrói tudo. Completamente tudo no mesmo pútrido vaso de bosta-vivida.
E a coisa é menos do que se imagina, mas existe tanto estresse no pequeno fragmento que você acaba se redendo às vontades alheias só para não se incomodar mais. Isso não faz o meu feitio, mas não dá mais. O meu suportar chegou a um estágio em que se eu não extrapolar sou capaz de pegar uma pinça e começar a retirar o meu cérebro pelo nariz.
É Senhor, agradeço por tudo mesmo, mas 2010 começou agitando o sentimental, embolando o meio de campo, arrebentando as minhas retinas já cansadas. E depois falam que o pseudo Alexander Supertramp de "Na Natureza Selvagem" tinha uma patologia de querer tanto explorar a vida solitariamente. Sabe, ele estava com a razão, isso sim. Chega uma hora em que suportar seres humanos e as suas línguas ferinas é como se cortar com um estilete enferrujado e se banhar com álcool de cozinha. Desabafei.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.