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Dois temporais.

Temporal. As gotas vão se suicidando no vidro da janela enquanto o pensamento pousa na cama. Tempos felizes são lembrados a cada gole de Nescafé. Aquele velho livro roubado ainda adormece na prateleira. O seu perfume, presente nele, auxilia nas recordações. O saudosismo quer dar lugar ao imediato encontro, mas a possiblidade se perde tanto quanto a chuva que some pelo bueiro, encontrando o esgoto nosso de cada dia. Um dia talvez retorne como o ciclo nem tão natural do exemplo.
Temporal. As gotas agora dançam no vidro da janela enquanto o pensamento quer sair da cama. Os tempos felizes querem ser deletados a cada gota de Prozac. Aquele velho livro roubado adormece repleto de pó em um canto do quarto. O perfume há muito tempo desapareceu, ainda bem. O saudosismo evaparou como a chuva de verão que caiu neste asfalto e nem deu tempo de fugir pelo bueiro. Ñão vai retornar, pois agora é uma outra gota que vai secar.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).