Temporal. As gotas vão se suicidando no vidro da janela enquanto o pensamento pousa na cama. Tempos felizes são lembrados a cada gole de Nescafé. Aquele velho livro roubado ainda adormece na prateleira. O seu perfume, presente nele, auxilia nas recordações. O saudosismo quer dar lugar ao imediato encontro, mas a possiblidade se perde tanto quanto a chuva que some pelo bueiro, encontrando o esgoto nosso de cada dia. Um dia talvez retorne como o ciclo nem tão natural do exemplo.
Temporal. As gotas agora dançam no vidro da janela enquanto o pensamento quer sair da cama. Os tempos felizes querem ser deletados a cada gota de Prozac. Aquele velho livro roubado adormece repleto de pó em um canto do quarto. O perfume há muito tempo desapareceu, ainda bem. O saudosismo evaparou como a chuva de verão que caiu neste asfalto e nem deu tempo de fugir pelo bueiro. Ñão vai retornar, pois agora é uma outra gota que vai secar.