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Shakespeare Tributo

Quando a gente percebe o esquecer de um amor? No momento em que encontra outro? No momento em que não se vê mais a pessoa? Existe um tempo hábil e praticável para que o sentimento evapore do córtex? Qual seria? Caso alguma pessoa descubra as respostas, pode ter a certeza, em pouco tempo o seu faturamento anual será maior do que a da Coca-Cola. Imagine se ela desenvolve essa solução como um aplicativo para celular ou tablets? A riqueza estará presente em sua vida por, no mínimo, sete encarnações.
Se certo indivíduo conseguir encontrar a equação para se esquecer um amor de maneira rápida, sua moral crescerá mais rápido do que a do Steve Jobs, venderá mais do que macarrão instantâneo e lucrará mais do que os chineses. Mas, como observou sagazmente A Banda Mais Bonita da Cidade: “coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa”.
Não adianta ignorar. A solução é sentir tudo de maneira voraz, atroz, contundente, para somente depois de aguardar o colapso se tornar uma calmaria de melancolia, que parece infinita, mas dizem os sobreviventes que passa. No entanto, que seria genial encontrar um artifício para o esquecimento de um amor de forma imediata, seria. Todo o dinheiro arrecado pelo remédio poderia ajudar a África com os seus problemas sociais, tiraria todos os brasileiros do SPC, pagaria a dívida de Portugal e Grécia, ajudaria os japoneses com depressão, deixariam a Beth Ditto e o Adrien Brody bonitos, todos teriam Unimed e ajudaria a salvar as baleias. Tudo ao mesmo tempo, além de sobrar uma graninha para levar o homem a Marte. Quem sabe na volta ele aproveitaria e concertava a camada de ozônio. Pronto. Tudo com o financiamento da cura do amor. O sentimento finalmente deixaria de ser o principal alvo dos publicitários e se tornaria patrocinador maior das questões do planeta. A publicidade ainda existiria? Lógico, afinal foi um publicitário que inventou a dor do amor: Shakespeare.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.

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