Pular para o conteúdo principal

Um Dia

Sono. Segunda-feira. Dia 19 de março. Última hora de trabalho. Estou aqui contando cada bocejo despertado. Um deles quase engoliu o mouse. Até fui comprar um Gatorade no bar da frente, mas devia ter pego um café. Sei lá a ideia que tive achando que o isotônico iria tirar essa moleza. Coisa de principiante. Às vezes me sinto uma fraude. Essa frase não se encaixa neste contexto de desabafo, porém, quis escrever.
Além de brigar com o sono, estou travando uma batalha com uma série de perguntas para um roteiro que não quer sair dessa caixola. Enquanto isso, vou destilando sabedorias fúteis com pessoas do Facebook. Para acompanhar a missão, o cantor Cícero vai embalando essa vagarosa tarde. Neste momento, me imagino em outro lugar, mais precisamente no litoral. Final de tarde, o sol se despedindo, eu sentado na areia dando tchau para mais um balé das águas. As crianças tentando pegar um siri, eu sozinho planejando bobagens, imaginando o Caetano na década de 1970, e as ondas batendo em um morro. Relembro de um amor morto e como foi bom. "Viver sem escolta", canta o Cícero. Eu abro um sorriso e vejo o relógio. 17h32. Volto à realidade agora ao som de Little Joy. Percebo que até que vale a pena. É apenas a segunda-feira, depois a rota se encaixa e volto a planejar mais um dia.

Postagens mais visitadas deste blog

Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.