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Referências


Quando eu vejo alguém como o Tom Zé, ainda mais em um documentário visceral de sentimentos, eu fico agitado. Fico louco, fico puto, fico ansioso. O absurdo de sua genialidade, mesmo que reconsiderada tardiamente, não cabe apenas como exemplo, mas sim, mandamento para ser colado na porta da geladeira. E estou falando em todos os sentidos, não apenas os musicais. Exemplo? Profissionalmente.
O cara possui as melhores referências e é a própria. Certa vez, quando lecionava Cultura Brasileira para o curso de Publicidade e Propaganda da Fadep, Faculdade de Pato Branco, perguntei aos alunos quem conhecia o compositor baiano. Fiquei pasmo ao testemunhar que dos cerca de 40 acadêmicos, nenhum levantou o braço. Fiquei catatônico. Achei um tremendo absurdo ver aquela cena. Tentei considerar a média de idade, 19 anos. No entanto, isso não serviu de desculpa, pois conheço adolescentes de 15 anos que sabem pelo menos que o Tom Zé participou do Tropicalismo. E é exatamente isso que eu critico e continuarei: falta referência. Quando se tem, encho os pulmões e grito: estão erradas!
Como o sentido agora se torna amplo, não se trata apenas do Tom Zé, que de repente profissionalmente não servirá em nada. Trata-se de procurar as coisas certas para edificar a idiossincrasia profissional, sobretudo comunicacional, se for o caso. Não adianta, se ficar ouvindo somente sertanejo universitário, você não vai escrever bem. Tenho dito, com toda a desculpa necessária. Vai conseguir escrever, claro que conseguirá! Mas não será exatamente bom, não será criativo e não será da porra!
Fazer o mais do mesmo é cavar os sete palmos que você precisa para se decompor. O negócio é compor. E se tiver diferenciais, aí sim, cavalgará de maneira mais contente e, até quem sabe, feliz. Por isso que precisamos de TomZés para não nos tornarmos reclames ambulantes que acordarão e a primeira coisa que postarmos no Facebook será: "mais um dia neste trabalho idiota".

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.