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E aí você conhece uma pessoa. Sabe que ela peida, mija, tem excrementos, pega gripe e pode ter chulé, mas se entrega mesmo assim. Conta suas particularidades, não para de falar sobre a sua vida, quer dividir tudo ao mesmo tempo. Relaxe, melhor não entregar tudo de uma só vez. Se acontecer de novo, um outro encontro, vai se descascando aos poucos. 
Você sabe que pode se machucar ou, pior, se machucar de novo devido a outra experiência. Porém, por que não se arriscar? A vida é repleta disso e tudo vem acompanhado de peidos, de mijos, de excrementos, de gripe e até chulé. E você sabe que vale a pena.
Vocês se beijam, trocam afagos, curtem o abraço e compartilham o momento. Quase que nem no Facebook, porém, com o contato físico, o que é muito bom e salutar. Tudo está ótimo: a conversa, as carícias, o enroscar dos pelos e a saliva. A pessoa lhe deixa em casa, você sai com um sorriso imenso, lembra que quando os lábios se encostaram começou a tocar "Everybody Hurts" no rádio, acende um cigarro e repassa o episódio. Abre a porta de casa, vai ao banheiro urinar, se olha no espelho e percebe que uma linda espinha apareceu, repentinamente, no canto do lábio inferior. Aí, você pensa: porra, será que isso foi percebido? Para isso, basta recordar: ainda existe o peido, o mijo, os excrementos, a gripe e, quem sabe, até o chulé. Então, deixe estar.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.