Acabo de comentar com a minha mãe: o amor é brega. Ela me retruca: Falou o mal amado! Quis contestar dizendo que isso era bom, não era algo depreciativo. Tentei argumentar falando que a fase de 1970, do Roberto Carlos, por exemplo, que é genial, é extremamente brega. Foi daquela época que surgiu uma das letras mais lindas do amor e da dor de corno: Detalhes. Sem falar que na década setentistas também tinha Odair José, Lindomar Castilho, Waldick Soriano, Márcio Greyck e o sempre eterno Nelson Gonçalves. Seriamente, ela, minha mãe, me olha novamente e vomita: mas é um mal amado mesmo.
É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.