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Mostrando postagens de julho, 2019

Um Beijo no Marlboro

Ali de bobeira Encostado no muro Meu sangue quente E o seu filtro me chamando. Tenho em mente a maldade A crueldade dos anos E as consequências do agora Mas você me satisfaz, Muito mais que não demora. Não demora o meu prazer Não demora o meu fazer Não demora o seu caráter Não demora o seu querer. Ali de bobeira Deitado no capô Vejo as estrelas adormecerem Enquanto te beijo calmamente. lsH

Sorriu

Minha memória me trouxe algumas saudades.  Instantes não frequentes de encontros e realidades.  Certas, deveras, seriam imaginações.  Mas quis os bons astros que não.  E é por isso que ela me relembra de coisas lindas.  Constantes sorrisos e abraços compartidos.  Compaixões de dias sofridos, mas alimentados com esperança.  Hoje, crescida, a criança berra outros sortimentos.  Os sentimentos, contudo, prosseguem mesmo que esquecidos.  Desejou hoje que lembrasse aquele tempo, de flor na cabeça, de bata rasgada e cigarro mentolado.  E sorriu. lsh

Observação

Eu gosto dos olhares que se encontram na rua Dos sorrisos tortos que se comunicam. Eu gosto dos perdedores de face nua Que não tem medo de mostrar a fragilidade. Eu gosto das pessoas que frequentam boteco Que não tem o medo de expor suas vidas Que contam seus causos Em forma de deliciosas mentiras. Eu gosto dos diferentes, das mulheres De braços tatuados e colares extravagantes. Eu gosto daquelas que não alisam o cabelo E deixam que a bagunça balance livremente. Eu gosto dos barbudos, com seus braços finos E suas camisetas de 3 números a mais. Eu gosto das sutilezas da MPB Das letras diretas que tremem o coração. Eu gosto da Tiê e seus poucos acordes Que me fazem molhar a ponta da cabeça. Eu gosto de sentir o cheiro do seu cabelo pela manhã E tocar o seu sexo só para incomodar. Eu gosto das imperfeições malandramente instauradas Nos rostos dos miseráveis que sabem sorrir. Eu só odeio a segunda-feira, mas todas as coisas Necessitam de um i...

Coisa desprezível

Tenho naquilo em que o meu ódio se manifesta A mais nefasta sensação de desconforto em vida. Carrego em mim essa loucura disfarçada de calma Mas uma espada está cravada no meu coração. Tudo o que eu faço parece ter o efeito inverso Como se o universo estivesse anunciando o fim A única forma de suspiro tranquilo é encontrado Quando meus olhos se fecham, simulando a morte. A confusão da sua visita junto ao meu corpo nu Faz os meus dedos respingarem sentidos pestilentos A mente retorce argumentos pifiamente vis E a cabeça adentra o espiral da psicose permitida. Cansado de me lançar aos braços da esperança Recordo os tempos quando eu não a tinha E é para o passado que desejo imensamente voltar Mesmo que me feche o futuro de possibilidades. lsh

Declínio

Para o alívio, respiração. Mas às vezes, não é condição. Tenho a loucura no corpo Que me deixa um ser torto. A cabeça é uma aflição Que desesperadamente fala ao coração: - Querido, chegou a hora. No entanto, não é agora. O olho se torna um vulcão Que só jorra confusão. Procuro qualquer alívio E encontro doses de declínio. lsh

Iguais a nós se põe percebido

Na constante dessa hora Vou embora do dessabor E levo comigo o ventilador Porque para onde eu vou Bate um tremendo calor. O seu sorriso Eu levo na memória Outrora quiséssemos algo Que não fossem apenas lembranças. Agora visualizamos a casa vazia Os discos em uma caixa de papelão E nos meus braços o Jamelão. Um último beijo, por fim, desistimos E seguimos cada qual um sentimento. O ódio já foi esquecido e, estremecido Tornou-se aquela comodidade Que talvez, somente com a idade, Iguais a nós se põe percebido. lsH

Eu Vou

Eu vou fumar todos os cigarros.  Vou desaparecer com a fumaça.  Vou consumir todos os remédios.  Vou sumir com a ansiedade.  Vou procurar todos os métodos, vou seguir nos erros.  Vou revirar os vodus. Vou beber a macumba.  Vou ao submundo.  Vou morrer para ressuscitar.  Vou beber aquele veneno.  Vou tragar todas as derrotas.  Vou viver a mesma situação.  Vou amar outra pessoa.  Vou prosseguir como estorvo.  Vou seguir como perdido.  Vou chorar a mesma música.  Vou escrever um novo ro teiro.  Vou estraçalhar o meu peito.  Vou cuspir o azedo. Vou dar um beijo seco.  Vou chupar o amargo.  Vou contar os segundos.  Vou atirar nos minutos.  Vou atropelar um coração.  Vou sofrer o caramba.  Vou reviver o futuro.  Vou viver o passado.  Vou praticar o presente.  Vou me perder na estrada.  Vou pedir uma carona.  Vou viajar pelo des...