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Observação


Eu gosto dos olhares que se encontram na rua
Dos sorrisos tortos que se comunicam.
Eu gosto dos perdedores de face nua
Que não tem medo de mostrar a fragilidade.
Eu gosto das pessoas que frequentam boteco
Que não tem o medo de expor suas vidas
Que contam seus causos
Em forma de deliciosas mentiras.
Eu gosto dos diferentes, das mulheres
De braços tatuados e colares extravagantes.
Eu gosto daquelas que não alisam o cabelo
E deixam que a bagunça balance livremente.
Eu gosto dos barbudos, com seus braços finos
E suas camisetas de 3 números a mais.
Eu gosto das sutilezas da MPB
Das letras diretas que tremem o coração.
Eu gosto da Tiê e seus poucos acordes
Que me fazem molhar a ponta da cabeça.
Eu gosto de sentir o cheiro do seu cabelo pela manhã
E tocar o seu sexo só para incomodar.
Eu gosto das imperfeições malandramente instauradas
Nos rostos dos miseráveis que sabem sorrir.
Eu só odeio a segunda-feira, mas todas as coisas
Necessitam de um início, inclusive a observação.
lsh

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.