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6h28 e 23 segundos

5h da manhã. Ainda estou aqui. Não sei mais o que fazer. Um pequeno desespero desce seco pelo olho. Seria emo se eu seguisse o movimento. Aliás, se trata de um? - Não precisamos saber, só quero entender se chegaremos vivos até a próxima estação. Um estágio pulamos, dois obstáculos passamos... - E agora você retrata a mesma conversa das 4h. Não é necessário explicações, outras ilusões já apareceram. Eu entendo o seu monólogo, a sua concepção. Basta sorrir, então. 6h15. Qual a conclusão? A fome está incomodando. Cadê aquele pedaço de bolo de aniversário? Eu lembro de tê-lo deixado atrás da manteiga. O refrigerante perdeu o gás? O leite azedou? De fato, sem a minha presença as coisas estragam. 6h20. Está louco? Agora fará metáforas da daquilo que ingerimos? Muito te pus para dentro. Confesso, já tive indigestão. Não acredita? Eu repito e amplio, em certas, senti repulsão. Não preciso provar. 6h25. Que merda! Até então estávamos conseguindo manter um padrão descente. Você sempre optou pela...

Décimo Segundo Ato: Concepção

Sísmico símio saltitante derrubando nações. Sem sentido algum quero retratar. Falo por falar, já que coerência está sem aderência. Nem tente entender, a minha confusão cerebral é pura síndrome. Retrato com subjetividade a idade do céu. Calado, então, sigo ao fim do mundo. Raspo o fundo com a língua de veneno a qual alimentei. Não tenho culpa do regresso, só que sempre fico perdido no passado, no presente e no futuro. Tenho minha parcela de culpa na interpretação dos verbos. Foice voraz em velocidade máxima permitida, cortando mais do que as veias da América Latina, destroçando o coração mais inocente da nação. A criança nua percorre o forte ácido do sobreviver. O suco gástrico é bebido pelo bode da compreensão. A digestão interrompida plácida em um campo de trigo vomitado. Não queira a bulimia exacerbada das letras cerebrais. Não há sentido para retratar. O aviso é somente para lembrar, pois mensagens estão a calhar. Portanto, vá passear, comer algo diferente, visualizar outra paisagem...

Poesia Praiana

Salgado em uma poesia praiana , curtindo Acabou Chorare , imaginando um ano paralelo de encontro e satisfação com aquele frescor litorâneo. Sigo pelo caminho ainda projetado por sonhos não terminados. O sol, ao banhar o meu rosto, aquece os planos possíveis. Confesso que o meu lado niilista continua aniquilando as pré-determinações que rabiscamos naquele papel de guardanapo. O amarelo cobre hoje as frases tortas escritas com caneta Bic. Tudo mudou. Volto ao trajeto das trilhas cobertas pelas folhas de outono, estação de aniversário e lembranças de puras sumidades. Eu queria sentir novamente aquele calor de seus braços e o toque moreno de sua pele. Um dia, como você falou, a volta trará a argúcia das tardes vadias na rede, no balanço da maré, nos passos calmos marcados na areia. Espero que o meu processo estilo A Concepção não se faça presente, afinal, a sua presença preenche os sete buracos da minha cabeça. Caetano sempre me deu razão. E vazão. Destilo dos meus poros outra letra de ma...

Pânico

Tudo perdido entre os dedos tortos que nada mais seguram. O que era alívio hoje causa arrepios no córtex que aos poucos apodrece. Um constante movimento gera aflição nos olhos que reviram procurando solução. Artifício constrangido de face esprimida que outrora abria um sorriso devastador de alegria. Derruba uma água do binóculo natural o qual foi concebido sem a perfeição. Justifica os atos violentos em sangrentos copos de líquido transparente. Não quero outra volta, nem inocente, nem inconseqüente. Desejo o tranqüilo daquilo que um dia eu vi Mas perdi em pó a vida. Espero sem noção a porção Aquela que tira os pecados do mundo Somente para rasgá-la em vezes inacreditáveis E reescrevê-la da maneira adequada aos dias atuais, De pólvora, carvão, foice, facão, terra, engrenagem e capitais. O corpo sagrado consumido com razão desce ao fóssil quase cancerígeno Uma última benção de cálice e justiça à injustiça situação do pânico que estabelece Uma força sem vontade de continuar na trilha da c...

Não Vou Lá, Não Estou lá

Não vou lá Me cansei O seu cantar É de matar E a minha tristeza É igual. Não vou entender Nem reverter Eu quero um afastar Que cause dor. Não vou lá Já me cansei Hoje eu fico Ao lado do fim Um início de tudo Contudo, assim.
Explode em meu peito um absurdo inexplicável. Um surto psicótico, uma angústia profunda, um desespero sem narração. Algo terrível como uma canção sertaneja, um filme iraniano, um livro de auto-ajuda. Nenhuma explicação cabe, nenhuma música alivia, nenhum conselho adianta, somente o calmante facilita. Segunda-feira, 20 de outubro, 2008 - horário de verão