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Cinza

O dia ainda não terminou. Um cinza meio besta esconde o azul do céu, deixando-me uma sensação de tristeza. Aquela pessoa que um dia eu amei, agora está mais longe dos meus braços. E eu que tinha a situação segura em minhas mãos, deixei escorrer pelos dedos o controle. Agora derramo lágrimas de fumaça dos meus olhos. É uma pena, pois ainda te quero, mas não a tenho.
Estou me estrepando a cada mudança do ponteiro maior. Não quero viver essa condição, prefiro os cuidados do amor que, infelizmente, você não pode me dar. Não quero ser um Jó entregue às vontades de Deus e do diabo. "Quero a sorte de um amor bandido, com pedaço de fruta mordida". Eu quero um dia de solidão com a sua presença. Um dia para organizar os meus discos na estante, uma tarde vazia com a sua mão junto a minha mão. Eu quero a esperança verdadeira do amor e não as mentiras da traição.
Ainda te quero com a ânsia eterna de te faze-la completa. Os seus beijos nunca sairão da minha boca. Eu quero o dois para sermos um e quem sabe um três. Eu quero a sua digital em minha pele e o seu cheiro impregnado em meu travesseiro. Mas, agora estou no último gole de uma cerveja barata, somente esperando você me beber, me engolir e me ter a você. Venha me salvar. Ainda vivo por você. O dia não acabou, porém, o cinza está me matando. Te amo, te amo e te amo. E isso me causa dor.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.