Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2006

Tem que saber

Fantasiando um amor com papel crepom e lã. Viajando em um pensamento utópico, acompanhado pela delicadeza ácida dos Delgados. A canção ideal para divagar é No Danger, do segundo álbum dos escoceses. Doces melodias que precisam ser degustadas solitariamente. Alguns não dão valor aos momentos individuais. São poucos os que sabem se sentir bem assim. Correto está Rubem Alves em admirá-los. De qualquer forma, Delgados é a companhia ideal para essas oportunidades. Adore, do Smashing Pumpkins, também é boa indicação. Em mais quem versos como "love is good and love is kind, love is drunk and love is blind" fariam tanto sentido? Nos solitários essas frases são líricas, poesia refinada de sabor incomparável.

Semana passada

Bate a insônia no corpo estremecido pelo abalo sísmico que ainda nem surgiu. Um prelúdio inexistente de paixão e derrota. O sentimento asco impregnado na memória desconcertada de esquecimentos garantidos. Um bocejo alcança proporções homéricas enquanto um som desconhecido corrompe o tímpano. O órgão ilustre do ouvido não agüenta e sangra. O arroto sônico explodiu em catarse os outros componentes da audição. O corpo se deixa vencer pelo sono. Viaja pela escala musical das peripécias radiofônicas que cospem porcarias nojentas de verborragia e escárnio. Um catarro se esvazia em um momento de pretensão estratosférica. O espirro sonoro é ouvido a dezesseis quadras dali. Trata-se de um sonho ridículo de sucesso fabricado por industriais capitalistas que vendem materiais descartáveis. Realmente, a adolescência não passa de uma jogada publicitária. O enlatado da próxima semana estará no SBT, avaliado por produtores engraçados com sotaques díspares. É o inferno previsto e estudado por Adorno. C...

Cigarettes, alcohol and chocolate

Passado o feriado prolongado, o fígado e o estômago começaram a protestar. Uma sensação asco de ressentimento que agora se faz presente, ampliada, exagerada e deturpada. O caos fisiológico é repugnante, principalmente em uma segunda-feira de ressaca. No rosto uma nova espinha surge a cada hora. O sangue está precisando de oxigênio e de limpeza. Está sedento por purificação. Mas é a fumaça costumeira do tabaco que adentra as primeiras horas do início da semana. A água também marca contribuição pela garganta, porém, quando chega no esôfago, começa a evaporar pelos póros. Mesmo assim, de todas as condições alcóolicas e doces vividas, os dias de sossego em companhia de pessoas especiais foram satisfatórios. O único empecilho é o retorno. Despedida. Não curto a sensação de tchau temporário que insiste em permanecer sempre em períodos de reecontro. É ruim ficar longe, apenas trocar curtos e objetivos telefonemas, mandar e-mails e recados pelo Orkut. A necessária constante física é essencial....

Projeto: ações de sobrevivência

As ações que ditam o cotidiano têm se tornado, com o passar dos tempos, cada vez mais reduntantes e pragmáticas, causando um nojo estratosférico nas pessoas que ainda possuem carne no coração. Ou melhor, naquelas que ainda possuem um coração, órgão cada vez mais insignificante que está mutável às intempéries da sobrevivência. Muitos permanecem no silêncio de ridícula beleza retorcida ao invés de dar vazão aos sentimentos. A ignorância rege as regras do caótico e turbulento mundo capitalista. Se fosse socialista, seria pior. A disputa acirrada a complementos financeiros e materiais descaracteriza os indivíduos que um dia tinham algo importante a dizer. Hoje estão escondidos em seus laptops de última geração aprimorada e fabricada em massa em cidades chinesas. Em seus ouvidos estão acoplados celulares que tiram foto, acessam a internet, tocam música, possuem agenda eletrônica e até fazem ligações. O digital impera de maneira tão sofisticada nos seres modernos que muitos pensam ter saído ...

Beijo Acidental

Têm dias em que o álcool desliza pela garganta de uma maneira tão particularmente boa que é impossível ficar apenas na primeira caipirinha. Ou no primeiro beijo da balada. E digo de passagem, se não existia beijo acidental, agora existe. Sou prova viva deste acontecimento. Bang! Espero não levar um tiro depois desta revelação. Eu posso provocar alguns ataques de ciúmes. Mas os fatos já foram devidamente explicados, apurados e concluídos. De tudo tiramos à prova de que a embriagues alheia é uma sensação “be cool”. Eu ainda sinto a canção “Sorry”, da Madonna, atacar meu tímpano. O cheiro de álcool e do tabaco estava impregnado em minhas narinas. Do breu rasgado por uma luz azulada, uma imagem turva se transforma em pessoa. O fácil reconhecimento se fez presente, afinal, a garota é de uma aparência percebível até em uma tempestade de martini. Além de ser muito legal. Outra música batia no ouvido e quebrava na cintura. Ela disse olá e eu contribui com um abraço. O beijo que era para ser no...

Primeiro de abril. Conversa pelo MSN entre eu...

... Gabi e Matheus. Tudo certo, combinamos a noite de sábado. Nada definitivamente programado, apenas saberíamos que iríamos à Age. Ok. Planejado o horário, cada um escolhe a sua roupa, em sua respectiva casa, é claro, ainda não moramos juntos. 23h. Buzina. Matheus e seu Corsa cor prata, pneu dianteiro ligeiramente descalibrado, chegam em minha casa. Pego uma cerveja na geladeira, após uma tarde em companhia do Johnny (Walker). Tropeço em uma pedra. Entro no carro. Imploro por um cigarro. Seguimos pela Genuíno Piacentini. Dobra à esquerda. Agora estamos na Itacolomi. Não lembro mais o nome das ruas. Tudo bem. Próxima parada: avenida Tupy. Chegamos. Comento ao Matheus que estou bêbado e ele me indaga. Dois pontos, nova linha, travessão: - Já? Por que você bebe em casa? E eu, no alto da minha idade, nova, diga-se de passagem, respondo. Dois pontos, nova linha, travessão: - Porque sim (Nossa, que resposta fantástica!). Ah! Porque beber é legal (Sensacional! O complemento da minha resposta...