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Beijo Acidental

Têm dias em que o álcool desliza pela garganta de uma maneira tão particularmente boa que é impossível ficar apenas na primeira caipirinha. Ou no primeiro beijo da balada. E digo de passagem, se não existia beijo acidental, agora existe. Sou prova viva deste acontecimento. Bang! Espero não levar um tiro depois desta revelação. Eu posso provocar alguns ataques de ciúmes. Mas os fatos já foram devidamente explicados, apurados e concluídos. De tudo tiramos à prova de que a embriagues alheia é uma sensação “be cool”.
Eu ainda sinto a canção “Sorry”, da Madonna, atacar meu tímpano. O cheiro de álcool e do tabaco estava impregnado em minhas narinas. Do breu rasgado por uma luz azulada, uma imagem turva se transforma em pessoa. O fácil reconhecimento se fez presente, afinal, a garota é de uma aparência percebível até em uma tempestade de martini. Além de ser muito legal. Outra música batia no ouvido e quebrava na cintura. Ela disse olá e eu contribui com um abraço. O beijo que era para ser no rosto acertou em cheio o lábio da fisioterapeuta, que vamos chamá-la de Cottet. No momento estou dando risada sozinho dessa informação. Pois bem, um acaso repentino de deslize acidental que nem mesmo Freud explicaria. Passado um segundo exato, realizo meu pertinente pedido de desculpa, tão bêbado quanto sóbrio, e escorro pela pista de dança. E pior que deixei uma testemunha, que, aliás, ficou com ciúmes. Eu acho. Espero que tenha sido um ciúme saudável, afinal, acidentes acontecem toda a hora. Nunca se sabe quando um vulcão entrará em erupção, ou então, quando um terremoto atacará alguma ilha da Oceania. Tudo é tão improvável, né? De qualquer forma foi bem legal. As explicações detalhadas sempre acabam em contradição. Portanto, é melhor o calado ficar no selo de algum beijo. Gargalhadas.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.