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Ela quer a continuação do beijo

Um retorno garantido pela parte financeira que lhe propôs. Nada mau para uma noite de quinta-feira, geralmente subestimada devida à véspera que ela herda. Trata-se da sexta-feira, dia mais lucrativo para as garotas que exibem as suas qualidades em pedaços sumários de panos.
Quando ela retornou ao seu ponto, não conseguiu esquecer o beijo. O sabor destacado do batom ainda invadia com satisfação a lembrança. Procurou a outra entre as ruas escuras do bairro. Não sabia o seu nome, nem recordou como tudo aconteceu. Apenas desejava mais um toque labial.
Percorreu por horas as calçadas irregulares, muitas com corpos narcóticos jogados como se tivessem sido abandonados por suas almas. Em algumas vezes, ela tropeçava neles com seu salto 15-momentos-de-altura-garantida-que-já-matou-um-nefasto-homem-que-fodeu-e-não-quis-pagar. Ela ficou muito puta e cravou a ponta agulha na cabeça do infeliz. A meretriz perdeu as cadeiras. Logo após o acontecido, se sentiu orgulhosa. Afinal, ela nunca tinha matado um cliente. As outras colegas de trabalho já haviam conquistado esse prazer.
A madrugada já tinha passado e ela não conseguiu encontrá-la. Voltou ao seu apartamento vagabundo e decidiu que quando a noite chegasse, ela iria procurá-la novamente. Enquanto o momento não chegava, se jogou na cama impregnada por algum perfume da Avon e procurou o sono que perdeu. Mas, logo a noite chegou... To Be Continued.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...