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Sleep tonight

No revés de um ato mal calculado, levanta em claves de sol um disparo afoito de lágrimas. Ecoa no momento surdo que não acalma, com os olhos repletos de remela carbonizada pelo fogo do cigarro. Empunha a guitarra e tenta buscar acordes dissonantes não existentes. Na realidade, desconcerta apenas o sono que não chega. Desiste. Passa, então, a buscar a companhia dos heróis encartados em Cds.

Um pouco de Mophine é capaz de ajudar. “The Night” e “Cure of Pain”, clássicos injetados no tímpano para auxiliar na reflexão sincera sobre as conseqüências do viver. O sax barítono presente no decorrer dos dois álbuns amortece o sentimento. Coisa fina.
Para desandar mais ainda na melancolia, “UP”, do R.E.M. Depressão eletrônica de primeira estirpe. Agora lágrimas molham o travesseiro.

O sono esboça um início. Nada chega, apenas rabiscos traçados tortos com precisão de bêbado. Um outro som vem a calhar. “The Man Who”, segundo e definitivo trabalho dos escoceses do Travis. A faixa 5 remete a uma calma tão particular que é impossível não abrir um sorriso solitário. E a moça que está com insônia sorri, boba, feliz, sozinha, em plena madrugada, deitada em sua cama. Esquece o álcool e dorme. “Sleep tonight”.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.