Pirotecnia acertando os olhos cor de jambo, enquanto o último raio solar acerta o coágulo de pensamento que evapora com o álcool. Passa pelo lado errôneo da superficial vida que ela entrega em sorriso. Deixa-se bela em uma imagem guardada em um porta-retrato comprado em liqüidação. Evapora em meio a neblina que cega a visão sedenta por coragem. Mas desiste quando uma canção estraçalha a vontade de ganhar. Ainda corre através do tempo um sentimento antigo com desejos camuflados. A pele demonstra a situação e a boca sela os segredos oportunos que não serão vomitados. Uma perfeita contradição explode junto ao peito que emite um ruído quase agudo, que até os surdos entenderiam. Mas aqueles que não preferem ouvir ficam mesmo na discrepância. Afeto por afeto, ela se satisfaz em solidão.Carrega em si um desafio tosco, enfeitado pela publicidade que fere a imaginação deturpada. Fala de felicidade alheia e esquece a sua. Perde-se na memória, tornando-se mártir esquecido. Isso é a vida.
É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.