Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2006

Que pena

O calor está derretendo os tímpanos. Aos poucos, a surdez precisa do verão vai aparecendo na costumeira temperatura que incomoda. E isso assola os sentimentos. Infelizmente, como naquela canção, não tem como deixá-lo para mais tarde. Se uma praia se fizesse presente, aí sim, não precisaria atrasá-lo. É muito suor em pouco empenho. Mas, o lado bom são as costumeiras curvas que aparecem deliciosamente em retratos de cerveja. Ou seja, cerveja. Tanto faz, pode ser no bar da boa, na eterna e dolorida questão de não realizar os desejos ou no namoro com algum garoto propaganda, onde uma atriz sela o pacto da paixão. O certo é o calor causando furor na imperfeição bela da estação. "E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim, o nosso amor, a gente é quem sabe, pequena". A citação não se refere ao deixar o verão, ficamos então, para o último romance. A temperatura encrava na pele um desgosto ambíguo, de felicidade e tristeza. Por vezes impera a moleza da pressão baixa...

Coragem

Coragem. Difícil em metáforas. Complicado nas derrotas. Grandioso em vitórias. Coragem. Terrível quando falta. Medíocre na facilidade. Detestável nas perdas. Coragem. Como falta coragem. Que corragem, o quê? PORRA. Coragem no amor que desanda, coragem na guerra vencida e, também, perdida. Coragem na intenção de não assumir compromisso. Coragem de terminar algo iniciado. Coragem...

Palavra bonita

Existem tantas pesquisas desnecessárias realizadas pelo mundo afora que muitas beiram o enfadonho. As perguntas também são tão idiotas quanto o assunto pesquisado. Distorcendo as frases em questão aqui apresentadas, certa vez, na Inglaterra, foi realizada uma pesquisa com os ingleses a respeito da palavra mais bonita do país. Os indivíduos daquele país elegeram "mother" como a vencedora. Na ocasião, mais de 40 mil pessoas foram entrevistadas. De acordo com a pesquisa, além de "mother" (mãe), os súditos da rainha Elizabeth também apontaram "passion" (paixão), "smile" (sorriso), "love" (amor) e "eternity" (eternidade) como palavras bonitas. Curiosamente, "father" (pai) nem sequer foi mencionada. Ela deu lugar a outras mais peculiares, como "peekaboo" (esconde-esconde), "flabbergasted" (espantado) e "hen night" (despedida de solteiro, detalhe, somente para mulheres). Aqui no Brasil, pelo me...
Nada muito além para colher no meio dos cactus. Por horas sobe um inseto que incomoda. Nada que um inseticida não resolva. O caminho das pedras está bem presente. Pobre dos pés descalços que sangram em passos lentos de esperteza. Arranca da cerne a última gota de esforço, enquanto desce o sol do último ponto de fuga visível a olho nú. O resto do corpo também desnuda. Paira em calma um agudo furo de reportagem não publicada. A época do bico calado nunca foi tão admirada. E retardado é aquele que ainda procura sentido no indelével questionamento persuasivo de mistério e poder. Os tempos são outros. O dinheiro também.Retorno ao encontro do santo recém batizado na Igreja Católica, no exato momento da cerimônia de lava-pés. O sangue da sola isola o ato de perdão. Sofre quem controla a população.

A Carta de Pero Vaz de Caminha

Como são engraçadas algumas situações do cotidiano, sobretudo em momentos de definições políticas. O mais atual pilhérico em questão é a cobrança e reivindicação que os políticos solicitam aos outros políticos. Tudo em prol – é lógico – da população. Os itens de exigências podem ser conferidos, pelo menos os da região Sudoeste do Paraná, através da Carta do Sudoeste e, recentemente, na Carta de Pato Branco. Aliás, essas “Cartas” têm se mostrado meios eficazes para apresentar os anseios da localidade, resumindo em um geral as pretensões do perímetro sudoestino. Ambas as propostas são parecidas e tentam mostrar a situação da região. No caso da Carta do Sudoeste, o chamariz é o municipalismo e desenvolvimento regional, projeto desenvolvido pela Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop). Se as situações estratosféricas de olhares sinuosos enxergassem melhor sem a costumeira miopia, não seria necessário desenvolver um artifício dessa espécie em favor da região. Óbvio que o Sud...

Acertos Maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus Vontades outras Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.

Apenas sentia

Era de alegria que a face se abria em cinza. Era de sorriso que a boca sem dentes vazava a consideração. Era de felicidade que os olhos úmidos ameaçavam derrubar lágrimas. A visão constante de desastre evaporava no momento que a notícia foi alvejada com tiros de prata e pólvora. Foi no seco que a bala engolida desceu. A ânsia veio em seguida, mas bastou um cálice de gasolina para o vômito não surgir. Era de alívio que a morte apareceu com seu costumeiro ar de tranqüilidade. Difícil imaginar qual a real sensação de falecer, sobretudo quando um ferro penetra na carne ainda viva. Qual a dor? Pior que parto? Pior que transplante de rim? Pior que a perda de um amor ativo em pleno pôr-do-sol litorâneo... Ou melhor que rúcula com agrião ao molho tártaro de culinária equivocada? As questões surgiram no exato e inoportuno doce de levar um tiro. Era de alegria, pois não precisaria mais dormir na lápide dura que ele chamava de calçada. Era sem dentes a boca cultivada a sobras, a lixo industrializ...