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Mostrando postagens de março, 2007

Lisérgico III, A Continuação do Imperfeito Contraditório: A Teoria Telepática dos Adjetivos Sobrepostos

O acaso vai interferir no renascer da criatura fétida que agora se esconde no barro da fazenda perdida. A viagem de volta será paga com favores sexuais que nem as prostitutas aceitariam fazer. O beijo na boca durante o reencontro poderá ser o mais complexo, perfeito, detalhista e erótico já dado em alguém, com direito a sinos batendo em dissonância triplicada. A cena se parecerá com algo filmado pelo Fellini. Corta. Agora entra em ato um outro contraponto de pura piedade. Um assaltado seguido de estupro se passa em um beco escuro e úmido de alguma cidade grande. O garotinho apenas se vê em sangue. Pelas pernas. A fumaça densa incorpora na paisagem, engrandecendo o retrato marginal, como se tivesse sido tirado de um filme noir. Elizabeth Hurt ficaria contente caso fosse a protagonista viva, mas a morte até que lhe caiu muito bem. Corta. Em outro ponto escuro, um raio de luz ilumina apenas os corpos entrelaçados. A mão escorre pelas costas com uma delicadeza doentia. Andy Warhol aparece ...

Nem que Hunter reencarne

Que patética idiossincrasia que afeta. Ela fica ali, tão vaga, obsoleta e selvática, aguardando o momento certo para explodir em confetes. Linda, colorida e distraída. Atualmente, todos querem se mostrar diferentes, arrotando verborragia como se fossem filosofias de alto quilate. É tanto contorcionismo literal que deixaria Drummond com uma vergonha miserável. E ainda existem os bufões que se escondem em versos munidos de um tal de jornalismo gonzo de pura embriaguez que causa vômitos. Apenas uma pessoa conseguiu escrever este estilo e ninguém mais no mundo conseguirá. Nem que Hunter reencarne.

ALCATRÃO

_____ Alcatrão percorrendo pelas minhas vias aéreas em velocidade super-sônica. _____ Corrompendo o que há de pior: eu _____ Não falo por falar quando quero me estragar _____ É por sentimento dissonante na minha realidade mais arrogante _____ No momento em que penso amar. _____ Enquanto isso deixo as lágrimas de uísque escorrerem pela aspereza cancerígena do meu rosto de tristeza. Mas não me veja mal no meu mais contrário escárnio rasurado. O meu maior desejo está enclausurado na mais perfeita fumaça que vaza da sua boca. É o alcatrão que percorre pelo meu eu encouraçado _________________________________

Jorge Drexler Scape

Perceber que aqui - só - solamente com o olho de vidro que ilumina através de várias cores, vejo que a graça está justamente nisso. Tratar de ousar está em acabar de novo o algo niilista. Nem quero pensar que o inverso do meu verso sarcástico provoque ira, não é a intenção. Na real, a vontade é de guerra, mesmo nessa era de sorrisos falsos. Amargo é ainda saber que a claustrofobia do dia cega o causar do riso desesperado. Mas a vida tem dessas coisas do paradoxo, dos paradigmas e das manias. Nem sempre se pode ser bom. Quero arrancar o coração e fazê-lo alimento para os animais. E na tranqüilidade fico no esconderijo, com incenso, vela e Jorge Drexler. Atrasar o que nunca foi começado, agora, inicia um período de vago sentimento. O pensamento está inacabado como acabo com mais um litro. A promessa foi parar, mas fiz algo não consegui e prossegui, até terminar. O último gole é o mais preciso e gostoso. Deixa cá, que perceber é realmente ver a volta das características das mensagens exat...

Em algum lugar do passado

Um pensamento praiano interrompe o momento. Por enquanto, não interessa a ninguém as linhas de raciocínio lógico a respeito da vida do indivíduo. Então, o sol se despede entre as montanhas da Serra do Mar. Uma ligeira brisa marítima acerta o rosto solitário que estava ali perdendo e ganhando o seu tempo na areia, sentado no seu chinelo de hippie. Algumas pessoas caminhavam na beira, deixando os seus pés receberem aquele ataque singelo de água salgada. Certas gaivotas plainavam contra o vento como se estivessem brincando, fazendo de conta que eram pipas sendo controladas por garotos de cabelos cacheados e de pele queimada. Na certa, nativos da região. Aos poucos os barcos que estavam no mar, provavelmente embarcados com peixes, iam se acomodando na orla. Não sozinhos, é lógico, seus respectivos comandantes se encarregavam de tal ato. Um grão de areia acerta o olho da pessoa que estava ali contemplando a paisagem. Leves piscadas fazem com que o cisco escorra pela lateral direita da visã...

Em dó maior

Retalhando os sentimentos Com uma navalha pouco afiada Fica jogada no canto Do obscuro quarto. Lembrando outras lágrimas Derrubadas em vacilos amorosos De sigilo Fica só na canção. Procura um par, mas a melodia É para se dançar só Se encosta no canto E escapa um lamento. Escorre um pouco pelo pulso E desisti então. Fecha os olhos e abraça o nada. Fica fechada em dó.

Sempre Surge

Não há busca Em troca de algo Nem calor, nem amor. É de sorriso que se abre Um agradecimento. De fato lógico Um rompimento Por hora chegou. O cataclisma de sentimento agora vazou. Não foi culpa dos dois: Um outro sempre surge (depois). LH

Meus cigarros estão acabando

Meus cigarros estão acabando. É um desperdício ter que deslocar o meu corpo até a uma loja de conveniência de algum posto de combustível para simplesmente comprar um maço de causador de câncer. Bom, pelo menos tenho a consciência de que faz mal. Mas o que hoje em dia não faz? Na comida, altos teores de conservantes. Na bebida, igualmente. Nem o álcool da atualidade é igual ao do passado. Adoro cerveja amarga, porém, certas são exageradas. Então, você liga a TV e lá estão os mesmos programas de sempre, apresentados pelas mesmas pessoas, como o Silvio Santos que é um Highlander, ou o Faustão-sempre-obeso: alvos fáceis de se criticarem. Eles também prejudicam a saúde. Não quero dizer que a vida se resume somente a isso. Bom, como posso fumar, comer e assistir televisão e me estrago, a mesma coisa acontece quando me canso disso e ligo o rádio. Deixar os ouvidos expostos às canções das FMs pode ser mais prejudicial do que fumar. Pegue por exemplo a nova canção do Simple Plan. Primeiro, se t...

Giro aflito, beijo e grito

O título continua o mesmo, mas o visual mudou. Cansei do lay-out antigo do blog, então, resolvi alterar. Eu sei que ninguém vai ligar, já que este meio nem está sendo procurado. Mas, tudo bem, quando montei o blog foi pensando em ser ególatra mesmo. Coisas de virginiano. Pois bem, inicia o mês de março. A vida passa tão rápida, dizem. Eu já acho que ela estaciona. De vez em quando arranca em alta velocidade. Se não for com cuidado, ela pode bater. Eu já bati. Tive perda total, perda capital e perda moral. Mas isso foi em outras épocas. Agora eu só corro procurando o perigo, o assalto, o pulo, o giro e o grito. Aquela coisa meio Mutantes de ser: "Ande depressa, a vida tem algo mais para dar/ Giro aflito, beijo e grito". Gosto muito da letra dessa canção, que se chama "Algo Mais". Boa época. Falando em época, um período de saudosismo de inicia. Muito cavalar, diga-se de passagem. Talvez eu precise resgatar os enterrados. Já devem ter virado fósseis. Mas eu encontro. B...