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Meus cigarros estão acabando

Meus cigarros estão acabando. É um desperdício ter que deslocar o meu corpo até a uma loja de conveniência de algum posto de combustível para simplesmente comprar um maço de causador de câncer. Bom, pelo menos tenho a consciência de que faz mal. Mas o que hoje em dia não faz? Na comida, altos teores de conservantes. Na bebida, igualmente. Nem o álcool da atualidade é igual ao do passado. Adoro cerveja amarga, porém, certas são exageradas. Então, você liga a TV e lá estão os mesmos programas de sempre, apresentados pelas mesmas pessoas, como o Silvio Santos que é um Highlander, ou o Faustão-sempre-obeso: alvos fáceis de se criticarem. Eles também prejudicam a saúde. Não quero dizer que a vida se resume somente a isso. Bom, como posso fumar, comer e assistir televisão e me estrago, a mesma coisa acontece quando me canso disso e ligo o rádio. Deixar os ouvidos expostos às canções das FMs pode ser mais prejudicial do que fumar. Pegue por exemplo a nova canção do Simple Plan. Primeiro, se trata de uma típica música emo(rróidas)core. Causa ânsia. Segundo, os níveis de melosidade escancarado pelo vocalista que nem quero saber o nome, pode causar ou desenvolver um tumor no tímpano. A cada minuto que você deixar exposto a sua orelha e seu sistema auditivo aberto aos perigos das FMs, o problema (caso tiver) pode agravar.
Ok, então vem alguém e me diz que, de vez em quando, precisamos nos render um pouco aos anseios da insistente indústria cultural. Claro que precisamos. De certo que eu acho maravilhoso ver a Ivete Sangalo comandando uma massa a girar a garrafa da Nova Schin em volta da cabeça e cantarolar o single da marca. Eu que não vou ficar para sempre tentando decifrar as frases de Nietzsche. E também não acho que o culto se resume a ficar ouvindo as perfeições vocais de João Gilberto, por mais que ele seja ótimo. Tudo isso porque, simplesmente, os meus cigarros estão acabando. Mas que fique claro que eu fumo devido à vontade somente minha, não tive influência de amigo, nem de inimigo e nem das propagandas, se bem que eu adorava os comerciais da Free. Eu gosto mesmo é de Hollywood. Sem influência. Pois bem, agora me contradisse. Acabo de falar que precisamos nos entregar à indústria cultural, de vez em quando, e agora falo que não me rendi aos apelos da cultura tabagista. Sim! Ela é uma cultura. Ah! Quer saber, é muita filosofia barata para pouco escritor. Vou para o posto encher a cara e comprar os meus cigarros e ponto. Final.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.