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Estrangeiros


É um bem que faz, mesmo sem saber. Basta um olhar para concretizar, um piscar para entender. Ainda bem que do encontro se fez a alegria. Tantos deletérios por aqui já passaram, alguns arrancaram o que eu tinha de melhor. Mas eis que surgiu um passado para lembrar. Do lembrar causou um sorrir que se abriu contente em mistério. Os ácaros insistem em amaldiçoar, nada sabem do gostar, por isso brigam entre papéis de uma época esquartejada. Não levamos em consideração a poeira, melhor o que está abaixo dela.

Passe novamente na distração, tropeçando em um sentimento que proporciona o cair. Não precisa esconder, as provas já foram apresentadas, por mais herméticas que fossem, compreensão é uma qualidade. É assim que se faz o bem.

Às vezes o respirar é tão complicado. Não o respirar simples da ação, mas o causar de uma interrupção, como se fosse um soco no pulmão, uma falta de extravassar. Eu sei que foi de fobia que o caso agora surgiu, portanto agradeço aos tristes pela razão. Se for para sentir, que seja sincero. A falsidade é adjetivo de outra oportunidade. Ela já esteve aqui, agora retorce em necrofilia. Por vezes lembra coprologia.

Contudo, mudemos as chagas de lado, abertas em outros estágios deixemos. Basta um olhar para concretizar, um piscar para entender. Do clandestino surgiu um silêncio, do passante gringo de torto andar veio o cantar. Agora somos estrangeiros do sentir, conselheiros do abstrato, praticantes da hidrostática do observar, esperando o momento da flébil, de vez, desabrochar. E já sabemos que futuras atitudes iguais serão de clones, do copiar, da falta de procurar, da referência do abismo, da idiotice da preguiça e do farsesco-personal.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...