Um coração selvagem arrebenta a alma de um poeta caído. A tristeza se esvai para outras redondezas. A vida ganha um novo sopro na descoberta acidental. A pureza já perdida percorre novamente pelos poros da satisfação. Os olhos se fecham para receber o carinho.
As mãos tocam lentamente o pulso de prazer.
A beleza antes não era percebida. Agora há a entrega do sentir. O vazio some como se estivesse escorrendo pelos dedos. A pele se encontra com a outra e não desiste. A cabeça viaja em pensamentos recentes. Difícil acreditar que está acontecendo. Os lábios exploram o desconhecido. As outras experiências se dissipam. O caos do início vira compartilhamento. A sensação se torna troca. O carinho, perfeição.
As pernas se enroscam.
A respiração alcança o ápice. O deslize é freqüente. O rápido fica lento. Os beijos, permanentes. A explosão chega logo. A luz penetra os olhos. O gemido, vocalização. E o final é um trejeito.
Logo se separam para repousar.
O explícito fica tímido. As cobertas, camuflagens. Os sons se transformam em silêncio. E a respiração, melodia. Um dedo faz audácia. O outro corresponde. Se abraçam novamente. Não começam, mas permitem. As horas se distraiem. O escuro, cambaleia. O tocar é percebido. E o amor é destravado.