Às vezes a sinceridade invade de tal maneira que distorce os fatos. Não é fácil ser compreendido. O dilúvio sentimentais interrompem o fluxo criativo, mas também aceleram, dependendo dos casos. Ainda bem que existe a música para controlar os altos e baixos. Mark Lanegan me dá a razão. A rouquidão sempre me fez bem.
Ontem estava com uma puta insônia. Olhei para meu velho companheiro, meu melhor amigo, o violão, e resolvemos compor algo. Como sempre, asneiras sônicas foram arquitetadas sem precisão. Nunca fui bom. Nem pretendo. Serve como terapia e nessas noites solitárias e azedas que ultimamente me visitam. Surgiu, portanto:
Um ato agora exposto
Televisivo mostra o rosto
E a fama registra alta
Um corpo liso em capa.
Um ensaio revela a baixa
O sorriso falso exalta
A reportagem maquiada abre
O segredo curto e grosso.
Retorna em pele e osso
Perde o mesmo fascínio
A atividade é mais efêmera
Quando existem os opostos.
Era para ser sobre uma famosa atriz, mas acabou em outro contexto. De toda a forma é um relato e não uma crítica. Quem dera.