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Às vezes a sinceridade invade de tal maneira que distorce os fatos. Não é fácil ser compreendido. O dilúvio sentimentais interrompem o fluxo criativo, mas também aceleram, dependendo dos casos. Ainda bem que existe a música para controlar os altos e baixos. Mark Lanegan me dá a razão. A rouquidão sempre me fez bem.

Ontem estava com uma puta insônia. Olhei para meu velho companheiro, meu melhor amigo, o violão, e resolvemos compor algo. Como sempre, asneiras sônicas foram arquitetadas sem precisão. Nunca fui bom. Nem pretendo. Serve como terapia e nessas noites solitárias e azedas que ultimamente me visitam. Surgiu, portanto:


Um ato agora exposto

Televisivo mostra o rosto

E a fama registra alta

Um corpo liso em capa.


Um ensaio revela a baixa

O sorriso falso exalta

A reportagem maquiada abre

O segredo curto e grosso.


Retorna em pele e osso

Perde o mesmo fascínio

A atividade é mais efêmera

Quando existem os opostos.


Era para ser sobre uma famosa atriz, mas acabou em outro contexto. De toda a forma é um relato e não uma crítica. Quem dera.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.