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O modo de consumir música está mudando. Com o advento de programas e páginas de compartilhação pela internet, a maneira ilegal de se obter a canção do artista predileto facilitou de tal magnitude que está quebrando as grandes gravadoras. Há tempos a indústria fonográfica não se encontrava em uma crise tão sem volta. Departamentos de Marketing, assessores e empresários já não sabem mais o que fazer para tentar contornar a situação. A invenção do CD e, na seqüência, a criação da formatação MP3, decretou o fim do consumo musical como conhecíamos.

Nos dias atuais, ainda se vê lojas de discos que recebem os lançamentos do mercado. Mas, ao mesmo tempo que eles chegam às prateleiras, as canções já estão na internet. Pior, muitas vezes chegam antes no mundo on-line. O mundo físico está perdendo de goleada. Vários artistas do universo musical, se entregando à situação, mudaram a forma de comercializar os seus trabalhos. A independência artística tão almejada no passado, agora, é realidade. É claro que as grandes gravadoras ainda possuem o seu valor, porém, em processo de transformação se encontram.

O Radiohead, por exemplo, balançou o mercado fonográfico no ano passado. O grupo inglês vendeu milhões de discos com a ajuda de uma major, alcançando o sucesso comercial com The Bends, segundo álbum da banda. Thom Yorke, vocalista, guitarrista e mentor do Radiohead não pode ser considerado uma pessoa padrão. Em 2007, o cara decidiu que o mais recente trabalho seria lançado, primeiramente, na internet. Mas a grande sacada foi disponibilizar In Rainbows em um site próprio onde o interessado fazia o seu preço, ou seja, a pessoa escolhia quanto gostaria de pagar pelas músicas, de zero a 99 dólares. Dizem que muitos preferiram não pagar, porém, mesmo assim, a banda lucrou, já que a maioria baixou as canções por um valor de 5 a 10 dólares. O Radiohead, após fechar o site, lançou o disco em físico (CD) com algumas faixas bônus e, na Inglaterra, chegaram no topo dos mais vendidos. Tudo isso sem ajuda de uma grande gravadora.

No momento em que a banda anunciou a nova maneira de comercializar, vários acharam que a atitude era um verdadeiro tiro de 38 no pé. Contudo, o grupo provou o contrário, como em outras ocasiões quando ainda era do cast de uma gravadora. Em 1997, ao lançar Ok Computer, até hoje considerado o seu melhor trabalho, o Radiohead alcançou cifrões nunca antes imagináveis. O álbum alçou os ingleses ao patamar de melhor grupo de rock do planeta, apesar dos exageros. Assim, a banda deixou todos os fãs afoitos pelo próximo CD. Eles conseguiriam superar as expectativas? Particularmente, não, mas deixaram todos confusos com o lançamento do disco seguinte, Kid A, sucesso em vendas justamente por causa das especulações. Era o fim do Radiohead como todos conheciam, era o fim da época das guitarras e do lirismo. Surgiu, então, as programações eletrônicas e a utilização cada vez maior da voz de Thom como instrumento de som do que cantor de pérolas poéticas como "No Surprise" e "Karma Police". Portanto, o Radiohead sempre foi fora dos padrões. O fator surpresa é uma arma da banda, utilizada a favor da continuação de uma carreira que, por enquanto, não demostrou erros homéricos, mas deixou, devido ao lançamento de In Rainbows, a indústria fonográfica desesperada. Afinal, eles provaram que podem continuar o sucesso sem a dependência. Bastou ousadia. Algo que as grandes gravadoras ainda não possuem.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.