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90 Dias

Uma dor no pescoço persiste em me fazer companhia nesta madrugada. Culpa das tensões que sofro por você. Ainda te sinto saindo pelos meus poros. Às vezes, pelos meus ouvidos. Outrora, por meus ombros. A cada acorde de raiva, você sai pelos meus dedos. Nunca foi tão difícil esquecer algo. Mas me surpreendi a noite passada, pois não sonhei contigo. Pela primeira vez não acordei com a sua imagem em meu cerebelo.

Às vezes quero um novo amor, às vezes não. Sinto uma falta, ainda. Porém, estou no momento de sentir desgosto, de desconsertar as coisas, de dizer que não vejo mais, que não converso. O que é verdade. Estou na fase da falta sem falta, da confusão, do fechamento não fechado, dos dizeres não ditos, dos saberes não sabidos e da decisão indecisa. E não quero mais isso.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.